ATA DA
CENTÉSIMA VIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 22-12-2016.
Aos vinte e dois dias do
mês de dezembro do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, na qual registraram
presença Adeli Sell, Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo,
Dr. Goulart, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, João
Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Mauro Pinheiro, Paulinho Motorista,
Paulo Brum e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, o Presidente
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, registraram presença
Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, José
Freitas, João Bosco Vaz, Luciano Marcantônio, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro,
Mauro Zacher, Mendes Ribeiro, Márcio Bins Ely, Prof. Alex Fraga, Reginaldo
Pujol, Rodrigo Maroni, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal.
Os trabalhos foram suspensos das quatorze horas e vinte minutos às quatorze
horas e vinte e dois minutos. Às quatorze horas e vinte e seis minutos,
constatada a existência de quórum deliberativo, foi iniciada a ORDEM DO DIA. A
seguir, foi apregoado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 028/16
(Processo nº 2455/16), de autoria de Marcelo Sgarbossa. Em Votação, foi
apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº 232/14 (Processo nº 2510/14). Foi
votada destacadamente, em sua parte não prejudicada, e aprovada a Emenda nº 16
aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 232/14 por onze votos SIM e dez
votos NÃO, após ser encaminhada à votação por Dr. Thiago, Engº Comassetto,
Rodrigo Maroni, Dr. Goulart e Clàudio Janta, em votação nominal solicitada por
Jussara Cony, tendo votado Sim Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio
Janta, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Guilherme Socias Villela, José Freitas, João
Bosco Vaz, Mario Manfro, Mauro Pinheiro e Valter Nagelstein e Não Airto
Ferronato, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo
Sgarbossa, Mauro Zacher, Márcio Bins Ely, Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon e
Tarciso Flecha Negra. Foi votada destacadamente, em sua parte não prejudicada,
e rejeitada a Emenda nº 18 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 232/14,
por dez votos SIM, onze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à
votação por Dr. Thiago, Dr. Goulart, Engº Comassetto e Valter Nagelstein, em
votação nominal solicitada por Dr. Thiago, tendo votado Sim Airto Ferronato,
Delegado Cleiton, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, José Freitas, Jussara
Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha
Negra, votado Não Bernardino Vendruscolo, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Elizandro
Sabino, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Mendes
Ribeiro, Paulo Brum, Reginaldo Pujol e Valter Nagelstein e optado pela
Abstenção Mauro Zacher. Foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº
232/14, por vinte e três votos NÃO e quatro ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à
votação por Jussara Cony, duas vezes, em votação nominal solicitada por Cassio
Trogildo, tendo votado Não Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Delegado
Cleiton, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, Guilherme Socias Villela, José Freitas, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro
Pinheiro, Mauro Zacher, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Sofia
Cavedon e Tarciso Flecha Negra e optado pela Abstenção Mendes Ribeiro, Márcio
Bins Ely, Reginaldo Pujol e Valter Nagelstein. Em continuidade, foi aprovado
Requerimento verbal formulado por Cassio Trogildo, solicitando alteração na
ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 029/16 (Processo nº
2536/16). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 016/16 (Processo nº 2764/16), por vinte e oito
votos SIM, após ser discutido por Marcelo Sgarbossa, Clàudio Janta, Airto
Ferronato, Valter Nagelstein e Elizandro Sabino e encaminhado à votação por
Mauro Pinheiro, em votação nominal solicitada por Cassio Trogildo, tendo votado
Adeli Sell, Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton,
Dr. Goulart, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Guilherme Socias
Villela, José Freitas, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger,
Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Mendes Ribeiro,
Márcio Bins Ely, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo
Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein. Após, foram
apregoadas as Emendas nos 01, 02, 03 e 04, assinadas, respectivamente,
por Reginaldo Pujol, por Clàudio Janta, por Fernanda Melchionna e por Engº
Comassetto, Marcelo Sgarbossa e Sofia Cavedon, ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 015/16 (Processo nº 2762/16). Também, foram aprovados
Requerimentos de autoria de Reginaldo Pujol, Clàudio Janta, Fernanda Melchionna
e Sofia Cavedon, solicitando que as Emendas nos 01, 02, 03 e 04,
respectivamente, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/16
fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Ainda, foram
apregoados Requerimentos de autoria de Clàudio Janta, Fernanda Melchionna e
Sofia Cavedon, deferidos pelo Presidente, solicitando votação em destaque para
as Emendas nos 02, 03 e 04, respectivamente, apostas ao Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 015/16. Em Discussão Geral e Votação, foi
apreciado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/16 (Processo nº 2762/16). Foi votada
destacadamente e aprovada a Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 015/16. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 03
aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/16, por sete votos
SIM e vinte votos NÃO, após ser encaminhada à votação por Fernanda Melchionna,
em votação nominal solicitada por Mauro Zacher, tendo votado Sim Adeli Sell,
Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof.
Alex Fraga e Sofia Cavedon e Não Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo,
Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Elizandro Sabino,
Guilherme Socias Villela, José Freitas, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel,
Kevin Krieger, Luciano Marcantônio, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Mendes
Ribeiro, Márcio Bins Ely, Paulo Brum, Reginaldo Pujol e Valter Nagelstein. Os
trabalhos foram suspensos das dezesseis horas e quarenta e dois minutos às
dezesseis horas e cinquenta e cinco minutos. Em prosseguimento, foi apregoado
Termo de Anuência relativo a alteração do texto da Emenda nº 04 aposta ao Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 015/16. Foi votada destacadamente e
aprovada a Emenda nº 04 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
015/16, após ser encaminhada à votação por Sofia Cavedon e Clàudio Janta. Foi
aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
015/16. Foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/16, após
ser encaminhado à votação por Engº Comassetto. A seguir, foram aprovados
Requerimentos verbais formulados por Sofia Cavedon e Engº Comassetto,
solicitando alterações na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 019/16 (Processo nº 0779/16), após ser encaminhado à votação
por Fernanda Melchionna, Sofia Cavedon, Valter Nagelstein e Clàudio Janta. Foi
aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
019/16. Foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 019/16. Na
oportunidade, foi apregoada Declaração de Voto de Mendes Ribeiro ao Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 019/16. Em Discussão Geral e Votação, foi
apreciado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/16 (Processo nº
1929/16), após ser encaminhado à votação por Engº Comassetto. Foi aprovada a
Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/16. Foi
aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/16. Em Discussão
Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº 257/15
(Processo nº 2690/15). Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 01
aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 257/15, após ser encaminhada à
votação por Engº Comassetto. Foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
257/15. Em continuidade, foram aprovados Requerimentos verbais formulados por
João Bosco Vaz e Marcelo Sgarbossa, solicitando alterações na ordem de
apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação,
foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 054/16 (Processo nº 0629/16).
Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº
136/14 (Processo nº 1399/14), após ser encaminhado à votação por Marcelo
Sgarbossa. Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 136/14. Foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 136/14. Após, foi
aprovado Requerimento verbal formulado por Delegado Cleiton, solicitando
alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em
Votação, foram aprovadas as Indicações nos 042/16 e 066/13
(Processos nos 1699/16 e 1235/13, respectivamente). Em Votação, foi
apreciado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 012/16 (Processo nº
2750/16). Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 012/16, por vinte e oito votos SIM, em
votação nominal solicitada por Cassio Trogildo, tendo votado Adeli Sell, Airto
Ferronato, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Dr.
Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme
Socias Villela, José Freitas, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jussara Cony,
Kevin Krieger, Luciano Marcantônio, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro
Pinheiro, Mauro Zacher, Mendes Ribeiro, Márcio Bins Ely, Paulinho Motorista,
Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon e Valter Nagelstein. Foi votada
destacadamente e aprovada a Subemenda nº 01 aposta à Emenda nº 01 ao Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 012/16, por trinta votos SIM, após ser encaminhada
à votação por Elizandro Sabino, em votação nominal solicitada por Cassio
Trogildo, tendo votado Adeli Sell, Airto Ferronato, Cassio Trogildo, Clàudio
Janta, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº
Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, José Freitas, João
Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Luciano Marcantônio,
Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Mendes Ribeiro,
Márcio Bins Ely, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo
Pujol, Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon e Valter Nagelstein. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 012/16, por sete votos SIM e dezenove votos NÃO, após ser
encaminhada à votação por Fernanda Melchionna, Airto Ferronato, Clàudio Janta,
Sofia Cavedon, Jussara Cony, Valter Nagelstein, Luciano Marcantônio, Fernanda
Melchionna e Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada por Cassio
Trogildo, tendo votado Sim Adeli Sell, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna,
Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon e Não Airto
Ferronato, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Goulart,
Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, José Freitas, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, Kevin Krieger, Luciano Marcantônio, Mario Manfro, Mauro Pinheiro,
Mauro Zacher, Mendes Ribeiro, Paulo Brum, Reginaldo Pujol e Valter Nagelstein.
Em prosseguimento, foi votado Requerimento verbal formulado por Kevin Krieger,
solicitando a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, obtendo dezesseis
votos SIM e um voto NÃO, após ser encaminhado à votação por Reginaldo Pujol,
Kevin Krieger, Valter Nagelstein e Engº Comassetto, em votação nominal
solicitada por Reginaldo Pujol, tendo votado Sim Adeli Sell, Airto Ferronato,
Delegado Cleiton, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias
Villela, José Freitas, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Marcelo
Sgarbossa, Mauro Zacher, Mendes Ribeiro, Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon e
Valter Nagelstein e Não Reginaldo Pujol, votação essa declarada nula, em face
da inexistência de quórum deliberativo. Durante a Sessão, Bernardino
Vendruscolo, Sofia Cavedon, Dr. Goulart, Fernanda Melchionna, Dr. Thiago, Reginaldo
Pujol e Kevin Krieger manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezenove
horas e quinze minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos da
presente Sessão e da Quarta Sessão Legislativa Ordinária, convocando os
vereadores titulares da Comissão Representativa para a próxima reunião
ordinária. Os trabalhos
foram presididos por Cassio Trogildo e Paulo Brum e secretariados por Paulo
Brum. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será
assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão
Ordinária. (Pausa.) Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h20min.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum – às 14h22min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum – às 14h26min): Havendo quórum, passamos à
Apregoo o PLCL nº 028/16, de autoria do Ver.
Marcelo Sgarbossa.
VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2510/14 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 232/14, de
autoria da Verª Jussara Cony e outros, que obriga as maternidades, as casas de
parto e os estabelecimentos hospitalares congêneres, da rede pública e da rede
privada, no Município de Porto Alegre a permitir a presença de doulas durante
todo o período do trabalho de parto, do parto e do pós-parto imediato, sempre
que solicitado pela parturiente e dá outras providências. Com Emendas nºs 04 a 18. Com Subemenda nº 01 à Emenda nº 07.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Mendes Ribeiro: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto e das Emendas nºs 02 a 04 e pela
existência de óbice de natureza jurídica para tramitação da Emenda nº 01.
Observações:
- prejudicada a votação da Emenda nº 01 por força do
art. 56 do Regimento;
- incluído na Ordem do Dia em 14-10-15 por força do art. 81 da LOM;
- retiradas as Emendas nºs 02 e 03;
- aprovadas as Emendas nºs 04 e 05 em 12-12-16;
- rejeitadas as Emendas nº 09 e 11 e a Subemenda nº
01 à Emenda nº 07 em 15-12-16;
- aprovadas as Emendas nºs 06, 07, 13, 14 e 15 em
15-12-16;
- encaminharam a Emenda nº 16 as Vereadoras Fernanda Melchionna e Jussara Cony em 15-12-16;
- adiada a votação por uma Sessão
em 19-12-16.
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação a Emenda nº 16, destacada, ao PLL nº
232/14. (Pausa.) O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para encaminhar a votação
da Emenda nº 16, destacada, ao PLL nº 232/14.
O SR. DR.
THIAGO:
Caros colegas, vou ler a Emenda nº 16, só para rememorar (Lê.): “Quando a
gestante for usuária do Sistema Único de Saúde (SUS), estiver internada em
hospital público, o atendimento da doula será gratuito, atendendo aos
princípios do voluntariado admitidos neste tipo de convênio, evitando cobrança
ilegal a pacientes do SUS.” Essa parte eu acredito que esteja prejudicada em
função da aprovação daquela emenda que restringe, que limita fora do âmbito do
SUS. Pergunto ao Diretor Legislativo se essa primeira parte está prejudicada em
função da aprovação da outra emenda (Lê.): “A doula que não respeitar o caráter
voluntário de seu trabalho nas condições informadas no parágrafo anterior,
responderá civil e criminalmente pela conduta ilícita”. O que é correto.
Qualquer trabalhador que não respeitar e invadir uma dupla cobrança pelo SUS
deve ser responsabilizado, sendo ele uma profissão ou uma atribuição. E
terceiro (Lê.): “Quando a gestante for internada em hospitais privados ou
filantrópicos, neste último, desde que não faça uso do Sistema Único de Saúde
(SUS), o pagamento da doula será realizado integralmente pela paciente [nos hospitais privados e
filantrópicos], não sendo obrigação do plano de saúde que porventura a
parturiente vier a fazer uso, nem tampouco do hospital, arcar com este custo”.
Portanto, na parte que não está prejudicada, Ver. Dr. Goulart, somos
completamente favoráveis a essa sua emenda. Acho que ela ajuda muito a
qualificar o projeto, acho que o projeto precisa dessas emendas apesar de, como
já falamos anteriormente, discordarmos da essência do projeto. Eu quero deixar
isso bem claro no momento em que se está discutindo, porque acreditamos que, em
hospital público – colocamos aqui ao longo de toda esta discussão, é importante
que os municipários que estão aqui entendam –, essa pessoa que não tem vínculo
profissional com o hospital, não é concursada vai acabar tirando atividades de
quem trabalha lá. Por exemplo, eu cito novamente, eu vi o João Ezequiel ali, o
Hospital Presidente Vargas: a atividade de doular no Hospital Presidente Vargas
hoje é executada por uma enfermeira e uma técnica de enfermagem do quadro. Se
colocarmos uma pessoa externa, alienígena, a fazer essa atividade, é lógico que
ela não será executada por pessoas do quadro. Portanto, quem defende o projeto
em tela está anuindo com a entrada de pessoas para trabalhar em hospital
público que não são nem terceirizados, que não são nem empregados públicos
contratados pela CLT, são pessoas anômalas ao sistema! Está se rasgando toda a
normativa interna dos hospitais, está se rasgando todo o SUS, porque está se
admitindo aqui até a dupla cobrança pelo SUS. No momento em que a paciente paga
alguém durante o parto, pós-parto, puerpério, trabalho de parto, ela está
pagando duas vezes, porque já pagou com seus impostos. Então, isso é dupla
cobrança pelo SUS! Não precisa a pessoa ganhar duas vezes, o que importa é a
paciente ser onerada duas vezes: uma vez com seu imposto e, na segunda vez, com
o pagamento direto e privado de um serviço que, digo mais uma vez, deve ser
executado em hospital público, se for de interesse do hospital, por alguém que
tenha algum vínculo com o hospital.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 16, destacada, ao PLL nº 232/14.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Prezado
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, prezados visitantes aqui
presentes, para que todos entendam o debate que está acontecendo neste momento,
e qual é a essência do projeto? Esse é um projeto que já está em debate na 5ª
Sessão, e não conseguimos votar ainda por algumas manobras regimentais aqui da
Casa por parte de quem é contra o projeto de autoria da Ver.ª Jussara Cony, que
reconhece, que oficializa, que legaliza, que traz para o seio da realidade o
serviço, o trabalho, que é feito pelas doulas. Que são homens e mulheres que se
dedicam às famílias para orientar toda condução da gestação e acompanhar o
parto. As antigas parteiras – eu nasci pelas mãos de parteiras. A Ver.ª Jussara
Cony propõe a discussão que elas tenham o direito de acompanhar as gestantes na
hora do parto. E a categoria médica é contra isso e tenta barrar de todas
maneiras esse projeto. Portanto, essa emenda que o Ver. Dr. Thiago veio aqui
defender, na verdade, ela é uma emenda casuística. Por que ela é casuística?
Porque, primeiro, que já foi aprovado por dois votos de diferença, e vai haver
renovação de votação proibindo as doulas de atuar nos hospitais do Sistema
Único da Saúde. Qual é o cabimento que há de proibir as profissionais de atuar
no Sistema Único da Saúde? Agora, o Dr. Thiago e o Dr. Goulart, os dois médicos
e Vereadores desta Casa, apresentam uma emenda que diz que, quando a gestante
for usuária do Sistema Único da Saúde e estiver internada em hospital público,
o atendimento da doula será gratuito, atendendo aos princípios do voluntariado
admitidos neste tipo de convênio. Evitando cobrança ilegal à paciente do
Sistema Único da Saúde. Primeiro, que tem um equívoco aqui, as doulas nem fazem
parte do Sistema Único da Saúde. Segundo, eu quero dizer ao Dr. Thiago e ao Dr.
Goulart, que eu votarei a favor desta sua emenda, se eles vierem aqui declarar
que os médicos também não cobraram o parto no SUS. Agora querem proibir um
outro profissional, que tem uma ralação profissional de poder ter um ganho,
proibido por lei no município de Porto Alegre, e eu voto a favor de vocês, mas
tem que vir aqui e dizer: “Nós médicos não cobraremos os partos de todas as
pacientes do Sistema Único da Saúde. Querem igualdade? Vamos ter igualdade.
Agora não dá para vir com casuísmo aqui; isso aqui é casuístico. Todos os
médicos recebem pelo SUS pelo seu serviço realizado. É pouco? É pouco, mas
recebem. Tem uns que até usam o formulário do SUS ilegalmente para dar receita
em consultórios particulares. Até isso fazem. Portanto, Ver.ª Jussara Cony,
como o projeto já foi, inclusive, deturpado lá na frente, esta emenda, no meu ponto de vista, tem que ser rejeitada.
Não tem o menor fundamento de querer... Aqui é a imposição da questão do ato
médico, relacionado às outras profissões que trabalham na saúde pública; bom,
essa disputa não é...Está sendo hoje com as doulas, que não são reconhecidas
ainda, que a cidade de São Paulo acabou de aprovar o projeto, reconhecendo as
doulas. Por que nós aqui não as reconhecemos também? Estas profissionais que se
dedicam ao acompanhamento das famílias e à orientação para que tenham um parto
e para que a saúde seja tratada como um processo natural e não com um
cronograma, não com um calendário pré-definido. Que nós saiamos desta triste
agenda que o Brasil é o campeão mundial de cesarianas: 68% dos partos do Brasil
são cesáreas. A Organização Mundial de Saúde recomenda, no máximo, 17%; então,
o Brasil tem quatro vezes mais do que a Organização Mundial de Saúde recomenda.
Então, para concluir, Ver. Dr. Goulart, acho que
esta emenda deveria ser retirada, porque ela já foi debatida lá na frente e, se
nós quisermos reconhecer estas profissionais como auxiliares, como
complementares, como aquelas pessoas que vêm para auxiliar e dar dignidade num
dos momentos mais nobres da vida que é o nascimento. Portanto, aqui, fica o
nosso reconhecimento às doulas e o voto contrário a esta emenda. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Cassio Trogildo assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio
Trogildo): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra para encaminhar a votação da
Emenda nº 16, destacada, ao PLL nº 232/14.
O SR. RODRIGO MARONI: Boa tarde, Presidente
Cassio Trogildo; boa tarde, demais Vereadores e Vereadoras, municipários,
técnicos, ativistas das mais diversas Secretárias, funcionários públicos aqui;
quero, mais uma vez, reiterar a minha total solidariedade e contrariedade à
extinção das Secretarias e das fundações por entender o que eu comentava ontem
com relação à questão do enxugamento da máquina pública que, seguramente, é
algo do qual todos nós temos acordo, mas nós acreditamos que tem que tirar de
onde se tem dinheiro, não de onde não se tem, e, fundamentalmente, não daqueles
espaços que são importantes tanto ambientalmente como para os animais. Tire-se,
então, de obras, de grandes Secretarias, de dinheiro da corrupção e dos
desvios, que é para onde, muitas vezes, vai o dinheiro público. Que os agentes
públicos façam isso.
Com relação à questão das doulas, me inscrevi para falar
agora sobre isso, eu já tinha aqui comentado e reitero, Jussara, a minha total
solidariedade. Thiago, com todo o respeito, comentei contigo os questionamentos
que tenho, como professor de ioga não teria como ser discordante do processo
das doulas, tendo em vista aquilo que eu comentava contigo, Jussara, da
regulamentação de quem responderia – exatamente o que eu tinha falado para o
Thiago – e da responsabilidade da opção da própria mãe decidir isso. Tu me
comentasses que o projeto ficou completamente descaracterizado. Aqui quero me
solidarizar ao teu projeto, como professor de ioga, acredito que há diversas
alternativas. Sou o maior defensor de técnicos; ontem, na audiência pública em
defesa dos animais, aqui, eu falava que poderiam cortar todos os CCs se
mantivessem secretarias fortes com técnicos, porque precisa de gente para
atender. Eu não tenho dúvida nenhuma de que os técnicos fazem um papel
fundamental, porque não tem animal vivo se não tiver veterinário, mas também
não tem animal vivo se não tiver protetor, se não tiver gente com amor
envolvida, porque hoje os protetores de animais fazem mais do que 90% do
trabalho dos órgãos públicos, e não são só de Porto Alegre, porque tem protetor
de animal de Viamão vindo salvar animal de Porto Alegre, protetor de animal de
Alvorada salvando animal de Porto Alegre! A Secretaria dos Direitos Animais já
era enxuta – e já vou falar das doulas –, e ontem eu estava dizendo que nós
estamos defendendo aqui, e quero relacionar isso com o teu tema, Jussara, não é
o ideal, não é nem o bom; o que nós estamos defendendo aqui já é ruim! Ou
alguém tem dúvida de que uma Secretaria pequena, sem dinheiro, é ruim? Só que
querem botar abaixo da linha de miséria! Eu atendo, de forma particular, os
animais e sei que é abaixo da linha de miséria. Assim como os protetores têm
amor aos animais, as doulas podem ter uma relação, Jussara, de amor com as
mães, e isso é opcional de cada mamãe.
Para finalizar, eu quero aqui fazer uma justa
homenagem à soldada Ana, à policial Fabrícia e à minha amiga Cláudia Salomão,
que tiveram uma intervenção fundamental no caso de um criador de animais, de
exploração de animais – quando a gente chegou no local, tinha bacias. Elas,
mais do que funcionárias públicas – porque são, como vocês, funcionárias
públicas –, fazem por amor, intervieram por amor, intervieram pelo coração.
Para finalizar, Paulinho, quero dizer o meu total orgulho de ter conhecido
elas, o meu total orgulho de ver funcionários públicos como elas, que fazem
pelo coração, que intervêm com amor, como muitos de vocês fazem, porque estão
aqui lutando justamente para que os órgãos públicos funcionem e, efetivamente,
cumpram o seu papel. O meu coração à Fabrícia, à Ana e à Claudia Salomão. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, nós temos um Regimento, mas,
independentemente disso, nós temos muitas coisas para votar hoje; então vou
fazer dois apelos aos colegas: que se atenham ao projeto que está sendo
discutido e que o Governo – a liderança deste ou do futuro Governo – tente
fazer uma composição para aceitar ou não aceitar emendas, porque, se não, nós
vamos dormir aqui hoje votando.
(O Ver. Paulo Brum reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Muito bem, Vereador, vamos seguir o Regimento.
O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 16, destacada, ao PLL nº 232/14.
O SR. DR.
GOULART: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, amigos que nos visitam, o
assunto é o atendimento obstétrico por doulas, ou seja, o assunto pretende que
a mulher tenha um acompanhamento obstétrico e clínico, enfim, desde o momento
em que engravida até um mês depois do parto, o que é chamado puerpério. Esse
tipo de atendimento não cita em nenhum momento que pode ser feito por médicos
ou médicas e sim por pessoas que têm interesse em saúde, sequer é necessário
que seja técnica em enfermagem ou com outra formação em saúde. Não, qualquer
pessoa que tenha o mínimo de formação, mínimo mesmo, há cursos que pesquisei de
formadores de doulas feitos em 12 horas! Outros, com 36 horas, desconhecendo
que para ter um tipo de atendimento dessa natureza é necessário uma formação de
seis anos, depois mais dois ou três anos de residência médica. As enfermeiras
têm quatro, cinco anos e depois mais dois, três anos em formação obstétrica.
Logo se percebe que existe uma grande diferença técnica no atendimento. Ela tem
que estar submetida à alguém que tenha maior conhecimento que serão as
enfermeiras e os médicos nos hospitais.
As pessoas têm que entender que os médicos não
cobram das pacientes internadas pelo SUS, porque é crime, é gratuito,
conquistado pela população brasileira. Os médicos não são chamados em casa para
atender, eles atendem as pacientes que estão internadas no seu plantão. Não
existe ligação entre o médico e a parturiente a não ser a ligação técnica do
atendimento e o carinho que é dado. Tem-se falado muito que as doulas dão muito
afeto, muito carinho no atendimento. É verdade! Nunca vi o atendimento, mas
imagino que seja assim. No meu plantão e no do Dr. Thiago isso também acontece,
tanto é que as pacientes SUS, depois quando vão ser visitadas na alta, querem
saber onde é o nosso consultório para continuar o atendimento, em quase 100%
das vezes. Elas também querem o nosso carinho, nosso abraço e o nosso afeto.
São trabalhos diferentes. O nosso trabalho é de menor tempo, mas não de menor
importância. E o trabalho das doulas é de maior tempo e também não de maior
importância. Os médicos estão proibidos há muitos anos de cobrar pelo SUS. Antigamente
um médico atendia uma paciente, quando ela mudava de quarto, mudava para a
primeira classe, ele tinha que cobrar da paciente porque mostrou que tinha
dinheiro tanto que pagou o quarto de primeira classe. Há muito tempo não é mais
assim, os médicos não cobram de pacientes do SUS porque não tem nos hospitais
do SUS quarto de primeira categoria que possa ser usado pela paciente, no caso
do parto particular. Aos médicos que estão nos hospitais filantrópicos é
proibido cobrar da paciente, o médico não tem que cobrar parto pelo SUS. Foi
uma guerra que tivemos muito forte há anos para que isso não acontecesse,
muitos médicos apresentavam contas às pacientes. Nós fizemos uma guerra,
fizemos um trabalho muito forte há uns 15 anos para que eles não cobrassem, e
eles nunca mais cobraram, passou a ser crime se voltassem a cobrar. Então, é
complexo demais, é muito confuso esse momento das doulas, não está maduro para
a sociedade brasileira, não está maduro para elas que não têm formação nenhuma
para fazer esse atendimento. O Sindicato Médico me pede para defender, e eu
defendo conforme o Sindicato médico mostra porque eles estão com razão. Prestem
atenção: não existe formação nenhuma, existe vontade em querer atender, que
também já é bom, mas formação zero. Quem estiver defendendo aqui está sabendo
que está defendendo errado, não tem formação, são pessoas carinhosas, o que
também é importante, mas não tem formação. Peço aos Vereadores: este projeto
não pode passar porque ele é completamente equivocado, tanto equivocado que
apresentou dezenas, quase centenas de emendas. É um projeto descaracterizado,
ele precisa de mais conversa, precisa de mais entendimento. Não há formação das
doulas no atendimento do hospital. É proibido. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 16, destacada, ao PLL nº 232/14.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, este projeto está há muito tempo na Casa e vem sendo discutido e
debatido e já está completamente desconfigurado. Mas eu vou falar, usando este
tempo, de uma pessoa a quem eu quero fazer uma homenagem. O Ver. Maroni falou
aqui ainda há pouco e essa pessoa subiu e esbravejou aqui na tribuna porque
estavam fugindo da pauta do projeto. eu quero fazer uma homenagem pra ti mesmo,
Ver. Bernardino, porque hoje é o teu último dia de Sessão aqui nesta Casa. Eu
te conheci fora daqui, num grupo seleto de amigos, onde carinhosamente nós te
chamamos de homem da montanha. Nesta Casa, eu aprendi muito contigo, aprendi a
ampliar as posições firmes, a ter lado em questões. Eu, tu e o Tarciso criamos
um bloco independente logo que assumimos na Câmara de Vereadores, montamos o
bloco Pros – o PSD e o Solidariedade – logo que criei o Solidariedade e depois
o Thiago também ficou independente e se somou a nós, formamos um grande bloco
nesta Casa. Quero dizer que tu és uma pessoa que não quis concorrer; tu és uma
pessoa que enfreou muita coisa na tua vida: vieste lá de Frederico, passaste
muita dificuldade na tua vida, cresceste trabalhando com teu esforço, assim
como cresceste na política. Quando chegaste aqui, eras um bronco, continuas
meio bronco ainda com algumas coisas, mas foste lapidado. Enfrentaste uma
doença, cujo nome não me atrevo a falar, e a venceste. Eu carinhosamente te
chamo de pirata de vez enquanto; antes jogava um pirata no Grêmio; tu não jogas
bola como ele, mas aqui dentro deste Parlamento tu jogas uma grande bola.
Muitas vezes conciliando, muitas vezes firme na defesa dos interesses do povo
de Porto Alegre, quero te dizer que farás muita falta a este Parlamento, mas
entendemos quando um tigre, um leão quer descansar, cuidar da sua família, das
suas coisas. Mas temos certeza de que estarás sempre junto conosco, assim como
o Dib, que, seguidamente, vem aqui nos orientar, nos dizer, nos aconselhar, tu
estarás aqui nos aconselhando, fazendo os nossos churrascos, as nossas
confraternizações. É um prazer ser teu amigo pessoal, ser teu colega neste
Parlamento, neste meu primeiro mandato na Câmara de Vereadores. Tenho prazer de
ter convivido contigo aqui nesta Casa. Vida longa para ti, que continues
superando as dificuldades da vida com alegria, tu ainda tens muito trabalho
para fazer na vida. Vida longa para ti, Bernardino, que este teu último dia de
Sessão na Casa, que continues trabalhando para o povo de Porto Alegre, votando
a favor do povo de Porto Alegre, como tu sempre fizeste. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Paulo Brum): Em votação nominal, solicitada por vários Vereadores, a
Emenda nº 16, destacada, ao PLL nº 232/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 11 votos SIM e 10 votos NÃO.
Fica parcialmente prejudicada a Emenda nº 16 ao
PLL nº 232/14. As Emendas nos 17 e 18 ao PLL nº 232/14 estão
prejudicadas.
Em votação a Emenda nº 18, destacada, ao PLL nº
232/14. (Pausa.) O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para encaminhar a votação
da Emenda nº 18, destacada, ao PLL nº 232/14.
O SR. DR.
THIAGO: Nós
estamos na última Emenda, e a Bancada do PT, passou todo o projeto, não
corrigiu ou não respondeu às perguntas que fiz lá na introdução da discussão,
há seis Sessões! Eles são a favor da humanização do parto ou não? Eles são a
favor da cesariana ou não? Eles, na Assembleia - olhem como é dissonante a
situação -, o que eles colocam. (Apresentação de PowerPoint.) Volto a mencionar
aqui o caso da Secretária Adjunta da Mulher, que, infelizmente, faleceu de
parto, em casa. Lá, naquela situação, o advogado contratado pelo Partido dos
Trabalhadores – olhem a distorção, olhem como a conversa é incongruente, olhem
como eles dizem uma coisa e praticam outra! Olha o que disse o advogado do PT
no processo contra o médico que foi corretamente cassado – e aí nos chama de
corporativistas aqui? –, foi corretamente cassado! Olha o que diz o advogado do
PT no processo: “Parto humanizado é baseado em experiências [eles aqui defendem
experiência com ser humano!] ainda não cientificamente comprovadas” Isso diz o
advogado do PT no processo! Que não foram realizadas as ecografias. Condena o
médico por não ter pedido ecografia, e aqui eles dizem diferente. E pode
mostrar o final: “E cobra do médico, judicialmente, sentença prolatada pelo
juiz”, porque o médico não fez cesariana, Tarciso. Aqui eles criminalizam a
cesariana, aqui eles chamam de violência obstétrica; lá eles são a favor do
aborto e criminalizam o médico que não fez a cesariana. Olha só como é
incongruente! Olha só como é dissonante! Quando interessa é uma fala, quando não
interessa é outra. E é assim sempre.
Eu quero que o Vereador, quando vem a esta
tribuna falar sobre situações de médico, fale o nome dos médicos, para poderem
ser processados, como já foram. Fale o nome dos médicos! Diz quem é que pratica
a dupla cobrança do SUS, porque nós, eu e o Goulart, vamos procurar esses
médicos, e, se houver, eles têm que ser criminalizados, têm que ser indiciados,
porque isso é crime! Agora, não venham falar uma coisa aqui e defender outra
coisa no processo. Eles são contra a violência obstétrica, mas são a favor do
aborto, independentemente da idade gestacional! Independentemente da idade
gestacional! Eles são a favor do aborto e de nenês com seis meses, é isso o que
está colocado. Mas falam em violência obstétrica e criminalizam cesariana, que,
como o advogado que eles contrataram falou, pode salvar vidas.
Agora, obrigar maternidades públicas e privadas
a recepcionar uma pessoa que é alienígena ao serviço, que não faz parte do
serviço, isso é desmoralizar o serviço público mesmo. É isso o que vocês estão
querendo fazer. É desmoralizar o serviço público, é rasgar o SUS. É isso o que
estão querendo fazer. É rasgar a CLT! É isso o que se faz com esse processo, é
isso! Leiam! Os que leram o projeto leiam, por que está substituindo pessoas
que não trabalham em hospital público por servidores públicos da Prefeitura, e
depois vêm dizer que não é verdade. Está escrito aqui: obriga as maternidades,
as casas de parto, os estabelecimentos hospitalares da rede pública e privada a
permitir a presença de uma doula num lugar que não tem nem como entrar a
pessoa, num lugar onde não temos condições; no CO do HPV nós estamos atendendo,
e tem dias que é a “cadeira nº 2”. A gente tem dificuldade de colocar o pai na
sala de parto, o que é fundamental. Aí, vão colocar lá outra pessoa que recebe
privado? E por que os médicos não podem, então, irem em outros hospitais para
fazer cesariana em hospitais públicos, adentrarem em outros hospitais? Isso é
um absurdo, com o que eu concordo!. Agora isso também aqui é um absurdo!
Obrigar maternidades públicas e privadas a recepcionar uma pessoa que não é do
quadro é errado! Será que é muito difícil de entender que é errado?
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 18, destacada, ao PLL nº 232/14.
O SR. DR.
GOULART:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadora, gente querida que nos
visita. O art. 3º diz que suprime um artigo que diz o seguinte: para o
exercício da sua profissão, nos estabelecimentos já referidos, no art. 1º desta
lei, as doulas poderão utilizar instrumentos e pratica de trabalho relativas a
sua atividade, observadas as recomendações de segurança e assistência técnica.
Então, a nossa ideia é suprimir este artigo porque não tem nexo e, com todo
adiantado da ciência e com todo o cuidado que se faça em salas de cirurgia e de
parto, que a gente possa trabalhar com instrumentos que não são usualmente
usados para o parto. É uma série de outros instrumentos que a gente nem
reconhece, nem o chefe do plantão sabe o que é. E aqui me socorro de convidar a
esquerda de não votar isso. A esquerda tem nos ajudado em outras situações, em
cobranças espúrias, em apresentações de coisas não naturais. Espero que os nossos
colegas de esquerda entendam que nós precisamos de seus votos agora. É para
mostrar que nós estamos de olho no que está acontecendo, estamos fiscalizando o
que está acontecendo. O mérito é bom, mas o método não é bom! Eu não quero me
demorar mais, porque vocês estão cansados de saber o que pensamos. Neste
momento, não seria próprio, adequado, não seria legal, um monte de outras
características, um atendimento por pseudoparteiras, inclusive é proibido que
façam o parto, é conhecido isso! Se em algum momento, dentro da sala de parto,
em que ela estiver usando as molinhas, estiver usando o som, músicas, se o
parto de aproximar e não tiver o médico, ela não está autorizada a fazer.
Então, é um pedido aos senhores que a gente, num momento de tecnologia avançada,
não regrida, porque isso não é adiando, isso simplesmente é uma vontade.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 18, destacada, ao PLL nº 232/14.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Prezado
Presidente, meus colegas Vereadores, senhoras e senhores, não é fácil, neste
Parlamento, este debate, quando não se quer discutir e construir políticas
sérias. Sempre se traz exemplos pontuais para querer contaminar o real debate.
O real debate aqui é a discussão da humanização da saúde e a valorização de
todos os profissionais que atuam nessa cadeia. E neste caso é trazer ao
conjunto dos profissionais da saúde o reconhecimento das doulas. As doulas são
mais antigas na história da humanidade do que os médicos. As doulas são as
antigas parteiras, que vêm de todo esse processo, porque o ato de nascer existe
desde que existem seres vivos, desde que existem seres humanos. E legalizar os
processos e reconhecer o conjunto dos profissionais da saúde... E quero dizer
aqui, em alto e bom tom, ao Dr. Thiago que nós temos posição, nós não
utilizamos uma profissão para escravizar a sociedade. Nós somos contra o ato
médico; os médicos acham que são os únicos donos dos processos da saúde, não
reconhecem a filosofia da medicina humanitária e fazem da medicina um processo
de industrialização. Nós somos favoráveis à cesariana, claro que somos, a
cesariana é uma técnica médica necessária. Agora, nós somos contrários à
industrialização da cesariana, porque o Brasil é o campeão mundial! Sessenta e
sete por cento dos nascimentos no Brasil são feitos com cesarianas. E a
Organização Mundial da Saúde recomenda, no máximo, 17%! É a isso que nós somos
contrários! Nós somos contrários ao ato médico porque entendemos que os demais
profissionais, na cadeia do atendimento ao paciente, têm o seu espaço e
complementam o conjunto de ações, atividades e são profissionais que têm que
ser reconhecidos, valorizados e não subjugados a uma única categoria profissional,
neste caso, os médicos. Nós aqui dizemos, em alto e bom tom, que os enfermeiros
têm o seu espaço, a sua valorização e
têm que ter a sua autonomia funcional dentro desse ciclo, que os auxiliares de
enfermagem, que os auxiliares de enfermagem, que os nutricionistas, que os
psicólogos, que os fisioterapeutas, entre outros. Então, esta é uma discussão
que não está acabada na sociedade, que é a imposição da categoria médica com
esse instrumento chamado ato médico. Nós somos favoráveis, Dr. Goulart e Dr. Thiago,
e defendemos, nesta tribuna, o programa Mais Médicos. O Dr. Thiago, quando
Presidente, aprovou juntamente conosco uma Moção de Apoio, a qual ele não
assinou para mandar, como Presidente, teve que esperar o Dr. Goulart assinar na
próxima gestão. Por quê? Porque ele era contra, não usou seu papel de
Presidente, encaminhando uma decisão da maioria desta Casa, para valorizar os
profissionais que vieram de outros países para trabalhar nos lugares remotos e
na periferia, onde nossos médicos não querem ir trabalhar! E aqui eu quero
dizer, o Mais Médicos tem a aprovação de 95% da sociedade brasileira onde
atuam. Isso é válido ou não é? Eu poderia discutir muito mais aqui, mas vou
encerrar, Dr. Thiago, lhe pedindo aqui nesta tribuna que o senhor tenha respeito
à memória da grande militante, da grande mulher que foi a nossa companheira
Vânia Araújo, que infelizmente faleceu no parto. E também quero dizer aqui – e
olho para o Ver. Valter que também é advogado e também com muito respeito ao
advogado que defendeu a causa da Vânia e venceu, que é um grande militante das
causas sociais, Jacques Alfonsin. Nossa homenagem a esses dois e aqui o nosso
apoio total ao projeto original apresentado pela Ver.ª Jussara Cony e não pela
sua deturpação. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 18, destacada, ao PLL nº 232/14.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Ver. Paulo Brum, Srs. Vereadores, senhoras e senhores cidadãos de
Porto Alegre que comparecem à Câmara de Vereadores. Em primeiro lugar, me
permitam rapidamente estender os meus cumprimentos ao Ver. Cassio Trogildo que
preside hoje a sua última Sessão, como Presidente da Casa. Não é fácil, Ver.
Cassio, consertar as visões de mundo de diversas de mundo de diversas bancadas
e de matizes ideológicas completamente diferentes. Aqui, entre os 36
Vereadores, há Vereadores que estão, desde o leque político, mais à extrema
direita, até aqueles que estão à extrema esquerda. Cada um deles, obviamente,
representando a sua visão de mundo e os seus eleitores. E a tarefa do
Presidente, que foi levada a cabo com absoluta dignidade pelo Ver. Cassio, não
é fácil, é a tarefa de mediação, de construção de uma pauta positiva. E eu acho
que o Presidente Cassio Trogildo foi muito feliz ao longo deste ano, na
condução dos trabalhos. Então, fica aqui o meu cumprimento ao Presidente Cassio
pelo trabalho que desenvolveu.
Eu acho que quase sempre nós estamos nos
perdendo aqui entre bem e mal, quase sempre as pessoas são tomadas por essa
tentação vã e negativa de achar que todo bem está de um lado e todo o mal do
outro, ou toda a verdade está de um lado e toda a mentira está do outro. Não é
assim na vida, não é assim aqui. Acho que os Vereadores que têm se manifestado
contra o projeto de lei não são contra as doulas. No meu caso, particularmente,
eu não sou contra as doulas. E acho mais: acho que uma mãe, uma gestante, uma
parturiente tem direito de ter o apoio psicológico e de procurar isso, é da
liberdade da pessoa. Eu acredito, primeiramente, na liberdade. Eu me posicionei
contra e novamente me posiciono contra com relação à obrigatoriedade. Dizer que
um hospital tem receber, dizer que um médico tem que obedecer; isto,
desculpem-me, não posso aceitar, porque avilta o princípio que move o meu
mandato e minha vida política, que é exatamente da liberdade. Eu acho que se a
mãe quer... Até deu um exemplo: por que na sala cirúrgica se permite que entre
um filmador? Que é alguém alheio ao ato médico e ao procedimento que ali está.
Se permite que ele entre, é porque houve uma negociação, um acordo; se isso
vale para quem faz a filmagem do parto, por que diabos não poderia valer para
uma doula? Então eu acho que vale. É questão de se poder negociar, de bom
senso, de boa vontade, de a mãe dizer: “Doutor, esta é a doula, ela me
acompanhou, me pegou a mão, me tranquiliza, eu quero que ela entre comigo”. Por
que o médico não deixaria? Agora, o que tenho me posicionado contra – nesse
aspecto, infelizmente, ficamos em campos opostos – é sobre a obrigatoriedade,
porque aí volto a dizer: acho que obrigar estar dentro de um centro
cirúrgico... E se der um problema quem responde? Responde o médico e o
hospital. Então, fica essa posição, porque eu quero fugir desse maniqueísmo.
Também quero contestar o Ver. Comassetto ao
dizer que sou a favor do ato médico. Ver.ª Jussara, eu estou aqui muito graças
a um ato médico. Tenho um filho de cinco anos, agradeço a Deus porque ele tem
saúde, acredito em Deus, mas acredito no médico – de manhã cedo, a minha
mulher, que já tinha tido dois filhos, me disse: “Olha, acho que alguma coisa
não está bem”, ligou para o médico, que disse: “Vai para o hospital agora”.
Fizeram aquele exame, e ele estava em sofrimento. E às 7h da noite, não foi de
manhã, fizeram a cirurgia, e correu tudo bem, graças ao ato médico e graças à
tecnologia. O que eu digo é isso, se nós temos recursos tecnológicos hoje, mas
a pessoa quer fazer um parto em casa, tudo bem, mas vai ter que botar uma UTI
em casa, porque, se ocorre um problema, não dá tempo de chegar ao hospital. Aí
o Ver. Comassetto disse que é contra o ato médico! Eu fico feliz que ele tem
duas meninas lindas, e elas estão aqui graças a um ato médico. Eu sou
motociclista, se eu sofrer um acidente e for para o hospital, eu não vou dizer
para o médico que ele não me atenda porque eu não quero o ato médico! Isso
seria um desrespeito. Há que se ter respeito pelo ato médico. Assim como os
enfermeiros têm o seu papel, assim como os médicos e os enfermeiros têm que ser
sinérgicos dentro de um centro cirúrgico e no tratamento da saúde; assim como
os outros profissionais que se correlacionam com essa atividade. Então, dizer
que é contra o ato médico é um atentado contra a própria evolução da ciência e
da sociedade. Na Idade Média, colocavam pessoas na fogueira porque elas
praticavam atos que, segundo os fundamentalistas religiosos ou mesmo políticos,
eram atos que atentavam contra a ciência, contra Deus, contra a razão ou seja
lá contra o que diziam. Quantos foram queimados na fogueira por conta do
fundamentalismo? E mais uma vez me parece que esse fundamentalismo está aí
querendo opor doulas a médicos, enfermeiros a médicos, quando cada um tem o seu
papel, e quando, na verdade, a autoridade na sala cirúrgica, queira ou não, é
do médico; assim como no Tribunal do Júri a autoridade é do juiz; no cockpit do avião é o comandante, porque
eles têm estudo, eles se formaram e respondem, inclusive, legalmente. Então é
importante nós respeitarmos as doulas. Nós valorizamos esse ofício, mas também
respeitamos os médicos, os profissionais e cada um que faz da sua vida e da sua
atividade uma profissão de fé, especialmente a medicina que é uma profissão
sagrada e precisa ser respeitada. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Cassio Trogildo reassume a presidência
dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Dr.
Thiago, a Emenda nº 18, destacada, ao PLL nº 232/14. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) REJEITADA por 10 votos SIM, 11 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Em votação o PLL nº 232/14. (Pausa.) A Ver.ª
Jussara Cony está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 232/14.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, municipários e doulas aqui
presentes, eu quero dizer de público que talvez este seja um dos momentos mais
desafiadores da minha história parlamentar, da minha história na luta das
mulheres, da minha história de vida, da minha história de trabalho.
E eu quero, Ver.ª Sofia, iniciar este momento
fazendo uma homenagem à memória da nossa companheira Vânia Araujo, pelo que ela
significou como símbolo da resistência e da luta das mulheres como nossa
secretária e pelo que ela significou como exemplo para todas nós do cuidado que
as mulheres merecem durante toda a sua vida, mas, de uma forma muito
particular, no processo em que começam a exercer aquilo que é mais do que um
pré-parto, um parto e um pós-parto, aquilo que não é reconhecido pela sociedade
como a função social da maternidade. É de maternidade, é de sua função social
que eu venho a esta Tribuna falar, como mulher e como mãe de cinco filhos. Eu
vou iniciar, senhores, peço a atenção dos colegas Vereadores, dos servidores
públicos que estão aqui, lendo a carta que me foi encaminhada pela Associação
de Doulas, a Adosul, que vem, através desta carta, agradecer imensamente pelo
apoio, dedicação e luta desta Vereadora [e eu compartilho com os meus colegas
Vereadores e as minha colegas Vereadoras] pela elaboração e defesa do PL das doulas.
Agradecer também todos os Vereadores e Vereadoras que apoiaram a causa e
lutaram junto conosco. No entanto [dizem as doulas] gostaríamos também de
deixar claro que nós, doulas, não aceitamos emendas incluídas ao projeto, pois
estas tornam a lei inócua e não gostaríamos que o PL fosse aprovado nesses
termos. [Eu vou pedir, inclusive, para esta carta constar do meu pronunciamento
na Taquigrafia e nos arquivos desta Câmara Municipal, porque hoje é um momento
histórico da luta das mulheres, não é de uma particular, é da luta das
mulheres.] Pois entendemos que tais emendas desqualificam e descaracterizam o
objetivo da lei, tornando-a inócua, o que enfraquecerá todo o movimento pelo
qual lutamos, tanto que toda a mulher que assim queira tenha uma doula no seu
quarto, um direito da mulher. Não nos adianta aprovar um PL que apenas
possibilite nossa entrada sem assegurá-la, não adianta aprovar um projeto de
lei só por aprovar, apenas para dizer que Porto Alegre tem uma lei das doulas.
Não! Desse jeito, descaracterizado, desconstituído, não é uma lei das doulas.
Nossa lei seria a única no País com tantas brechas e lacunas, enfraquecendo,
assim, o movimento em busca de parto e nascimento com respeito, com atenção e
com a nossa presença. [Eu vou pular alguns parágrafos, porque vão ficar nos
Anais desta Casa.] Esperamos que este projeto de lei siga adiante, mas, mais
ainda, esperamos que os Vereadores possam compreender que quem está clamando
pelo direito de ter uma doula não são as doulas, é a sociedade. Quem clama pela
aprovação deste projeto são as famílias que desejam ter uma doula no parto.
Agradecemos a todos que não mediram esforços nas muitas tentativas de aprovação
do projeto, com as emendas que foram construídas num processo democrático.
Agora entro eu a dizer algumas questões que me parecem importantes num momento
como este: estou muito agradecida que possamos votar esse projeto hoje com a
presença dos municipários e suas entidades representativas no aguardo e na luta
aqui conosco para o que virá depois deste projeto. O projeto que apresentei e
que já é realidade em 700 cidades do País foi criticado por Vereadores desta
Casa porque não teria sido discutido com a sociedade. Eu sempre defendi a mais
democrática participação, ampla, transparente, em debate com a sociedade.
Retirei de imediato um projeto de priorização para realizarmos o debate,
fizemos audiência pública com todas as entidades médicas, de enfermagem,
farmacêuticas, entidades de doulas, movimentos sociais, reuniões públicas,
conversei com o Secretário de Saúde, com a Secretaria de Mulheres, com o
Prefeito Fortunati, com todos os colegas Vereadores, sem exceção. Destas várias
conversas, houve inúmeras propostas que conseguimos compilar nessas emendas.
Agora, por favor, peço atenção: após o debate com a sociedade e a apresentação
de emendas contemplando todas as propostas que chegaram aqui de audiências
públicas, fui acusada, pelos mesmos Vereadores que haviam me criticado, de
transformar o projeto. Aliás, ignoraram as emendas que vieram da sociedade e que
vieram de uma articulação política, inviabilizando o projeto com as emendas. Os
mesmos Vereadores que são responsáveis por 70% das emendas totais do projeto,
que desconfiguram, que aniquilam, que destroem o projeto. Essas inúmeras
emendas apresentadas contrárias, baseadas em argumentos, muitas vezes de má-fé,
argumentos distorcidos, destruíram o projeto e o transformaram num péssimo
texto legislativo. Eu não vou me submeter...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
A SRA. JUSSARA
CONY: ...Peço o tempo de encaminhamento pela oposição, que já
me foi cedido pela Ver.ª Sofia e pela Ver.ª Fernanda Melchionna, companheiras a
quem agradeço muito. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Jussara Cony prossegue a sua
manifestação, a partir deste momento, de encaminhamento da votação do PLL nº 232/14, pela oposição.
A SRA. JUSSARA
CONY: Essas
inúmeras emendas apresentadas pelos Vereadores contrários ao projeto, baseadas
nestes argumentos, ferem o texto legislativo, deformam toda lei criada sob a
égide da desinformação, da informação de interesses individuais, ela provoca um
regramento social equivocado e injusto. Esta lei, se votada nesta Casa, será
injusta, porque ela foi deturpada, ela foi absolutamente desconstituída com as
emendas aqui aprovadas. Não é o meu nome, senhores, não é o meu nome, porque eu
tenho a minha história na luta das mulheres e no Parlamento desta Casa, há 35
anos, no Parlamento do Estado e novamente voltando a esta Casa. Não é o meu
nome que está imaculado pelo que foi feito aqui; não é a minha história; é mais
do que isso, porque no individualismo não vamos a lugar nenhum. É injusto e
desigual para com as doulas, para com as mulheres, para com a luta das
mulheres, para com aquelas que lutam historicamente para garantia dos seus
direitos, livres de todas as formas de violência e opressão.
Eu
vou citar apenas três emendas. Uma, do não direito às mulheres atendidas pelo
SUS – é inadmissível isso. Desobriga os hospitais a deixar as doulas a
participarem. Hoje os hospitais já decidem deixar ou não. O Ver. Marcelo
Sgarbossa entrou com uma emenda importante que garantia justificativa técnica
negativa em prazo de 24 horas pela equipe médica. Nem isso aceitaram! Quando
não permite doulas, quando desobrigam os hospitais a não deixar a doula
participar, quando sequer permite a participação da negativa, que seja feita a
negativa e entregue à doula, sequer permite a justificativa, é um projeto
antidoulas. Não, senhores, não adianta dizerem, meus colegas, que vão votar a
favor. Esse não é um projeto discutido com a sociedade. Isso que vai sair aqui
nem é fruto das emendas que os senhores rejeitaram, construídas com a
sociedade, construídas com a Liderança do Governo. Eu quero ao Ver. Kevin
Krieger, que era Líder do Governo na época; e eu quero agradecer ao Mendes
Ribeiro, que deu continuidade, que é o Relator; eu quero agradecer ao Mauro
Zacher pelo respeito – aos dois Líderes do Governo; pelo respeito do Ver.
Mendes Ribeiro na elaboração do processo coletivo daquela plenária. Quero
agradecer, porque vocês foram companheiros para legislar o melhor para Porto
Alegre – agradeço muito. Quero agradecer ao Prefeito Fortunati e à sua
Secretária da Saúde e a sua Secretária das Mulheres. Peço, senhores, peço, peço
voto contra, peço voto contra esse projeto dos colegas que votaram e
subscreveram comigo da base do Governo. (Palmas.) Este não é o projeto das
doulas; é um projeto antidoulas, é um projeto antimulheres, é um projeto
antivida, é um projeto “anti” a nossa luta das mulheres. É um projeto,
inclusive, que é “anti” aqueles trabalhadores que estão, cada vez mais – o
pessoal da saúde – compreendendo o significado da doula, uma experiência tão
antiga como a humanidade. Em nenhum momento, nenhuma doula vai dizer o que o
médico deve ou não fazer. Precisa-se de cesárea? Faça-se cesárea! Não é isso!
Deturparam com esse discurso as emendas, deturparam o projeto! Senhores, este
projeto não só é antidoula, é “anti” Porto Alegre” e é “anti” Câmara Municipal
do jeito que ele ficou com as emendas trazidas aqui, principalmente, pelo Ver.
Dr. Thiago. Eu peço voto contrário em homenagem ao direito deste Legislativo ao
contraditório e em homenagem às mulheres, em homenagem a uma profissional, em
homenagem a todos os profissionais de saúde que não se eximem e que não querem
que a vida das pessoas esteja sobre qualquer hegemonia. Hegemonia faz mal à
saúde. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitada por esta
Presidência, o PLL nº 232/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 23 votos NÃO e 04 ABSTENÇÕES.
A SRA. SOFIA
CAVEDON:
Presidente, a bancada do PT votou junto com a Ver.ª Jussara Cony, as suas
palavras na tribuna são a justificativa contra o que fizeram com a luta das
doulas e com o direito das mulheres.
O SR. DR.
GOULART: Sr.
Presidente, aproveito este momento em que houve uma vitória para agradecer a
todos os Vereadores que entenderam o processo. Ninguém é contra as doulas, nem
a minha luta mostra qualquer erro em relação ao atendimento à mulher. Agradeço
aos Vereadores e Vereadoras.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Queria
também registrar, Presidente, a Declaração de Voto do PSOL, minha e do Ver.
Prof. Alex, acompanhando o pedido da Ver.ª Jussara Cony depois da retaliação,
do verdadeiro ataque, da mutilação de um projeto extremamente importante
trazido pela Ver.ª Jussara Cony para esta Casa. Nós votamos “não” com a
convicção de que este projeto foi apenas o primeiro que nós reapresentaremos,
lotaremos as galerias e derrotaremos aqueles que não querem dar às mulheres o
direito de escolha.
O SR. DR.
THIAGO: Presidente,
votei “não” por não concordar efetivamente com o texto, e fica o recado: todos
aqueles que quiserem impingir coisas a este Parlamento – sejam quem for – e não
construírem serão derrotados. Todos! Falo de todos.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Solicito que todas as bancadas e Vereadores que
fizeram Declaração de Voto encaminhem por escrito. Repito: as Declarações de
Voto, para ficarem registradas, devem ser encaminhadas por escrito.
Apregoo Requerimento, de autoria de vários
Vereadores, para discutir e votar, na sequência, o bloco dos seguintes
projetos: PLE nº 029/16; PLCE nº 016/16; PLCE nº 015/16; PLL nº 052/16; PLCL nº
019/16.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente, eu acabo de receber a relação encaminhada pela Mesa, onde não
consta o projeto de lei que era o último a ser votado na manhã de hoje. Pela
queda do número de presentes, deixou de ser incluído aqui, então ficou no
limbo. Esse projeto, primeiro, tinha sido previsto para ser votado hoje pela
tarde com as alterações, inclusive, com a necessidade de votar o projeto das
doulas, e passou para amanhã, deixou de ser votado. Agora, não consta aqui.
Peço a inclusão dele nessa relação.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O senhor me passa o projeto que nós incluiremos
aqui, depois, como o sexto, então, porque a priorização da manhã foi uma,
conforme combinado na Reunião de Lideres, e a priorização da tarde é outra. O
senhor, por favor, nos encaminhe para que seja o sexto da nossa ordem.
Em votação o Requerimento de autoria de vários
Vereadores para discussão e votação, na sequência, do bloco dos seguintes
projetos: PLE nº 029/16; PLCE nº 016/16; PLCE nº 015/16; PLL nº 052/16; e PLCL
nº 019/16. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 2536/16 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 029/16, que
institui a Companhia Municipal de Dança (Cia. de Dança) de Porto Alegre, a
Companhia Jovem de Dança (Cia. Jovem de Dança) e o Programa Escola Preparatória
de Dança no Município de Porto Alegre.
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CECE. Relator-Geral Ver. Idenir Cecchim: pela
inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação da matéria e,
quanto ao mérito, pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 05-12-16.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLE nº 029/16. (Pausa.) Não há
quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. APROVADO.
A SRA. SOFIA
CAVEDON:
Sr. Presidente, primeiro, agradecer o esforço do Líder do Governo Mauro Zacher,
a coordenação da Companhia de Dança e dizer que estamos referendando,
fortalecendo o lindo trabalho que vem da escola ao centro na excelência da
dança, na oportunidade para a dança. Parabéns, Airton, Ilsa, todos os
construtores e construtoras que dançam, embelezam e garantem a cultura em Porto
Alegre.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 2764/16 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 016/16, que altera os
incs. X, XIV e XVII; inclui os incs. XXI, XXII e XXIII e os §§ 7º a 9º, todos
no art. 3º-A, prevendo novas regras sobre o local de incidência do ISS; altera
os incs. II e VIII do art. 21, bem como altera a lista de serviços anexa, todos
da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973 – que institui e disciplina
os tributos de competência do município –, prevendo novos serviços sujeitos à
tributação; inclui o inc. XXII no art. 1º da Lei Complementar nº 306, de 23 de
dezembro de 1993 – institui hipóteses de responsabilidade pelo pagamento do
imposto sobre serviços de qualquer natureza – ISSQN – e dá outra providências,
prevendo nova hipótese de substituição tributária.
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CEDECONDH. Relator-Geral Ver. João Carlos Nedel:
pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação da matéria e,
quanto ao mérito, pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - art. 113 da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 22-12-16.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLCE nº 016/16. (Pausa.) O Ver.
Marcelo Sgarbossa está com a palavra para discutir o PLCL nº 016/16.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Boa
tarde a todos e todas. É um projeto bastante técnico, trata da incidência de
ISS sobre serviços que até o momento não há essa incidência. Eu estava aqui
discutindo com o Fabrício – acho que é da Secretaria Estadual da Fazenda, não
peguei sua identificação –, com a seguinte preocupação, e gostaria que a base
do Governo prestasse atenção.
Nós aqui estamos criando a incidência de ISS
sobre serviços que são prestados, mas que hoje não têm essa incidência. Está lá
“disponibilização sem cessão definitiva de conteúdos de áudios, vídeo, imagem e
texto por meio da Internet, respeitada a imunidade de livro, jornais e
periódicos, exceto a distribuição e conteúdo pelos prestadores de serviços e
acesso condicionado de que trata a Lei nº 12.485, de 12 de setembro de 2015,
sujeito ao ICMS”. Para os Vereadores que não estão talvez tão atentos ao
projeto, nós estamos aqui criando um imposto sobre atividades ligadas à
Internet tal como o serviço Netflix, que se falou aqui – é um exemplo. Eu não
tenho, mas sei que é muito popular, e vários aqui devem ser usuários. Não sei
quanto custa, Ver. Bosco, mas não sou um homem televisivo, então não tenho o
tal do Netflix. Nós estávamos aqui problematizando que esses custos oriundos da
incidência desse imposto, que é verdade é apenas 2%, foge da regra geral, que é
5%, que esse imposto não seja repassado ao consumidor, que ele fique ao ônus
das grandes empresas prestadoras de serviços. O Ver. Valter está rindo, o
senhor pode subir à tribuna e fazer a sua fala. Quero convidar a Liderança do
Governo, nós podemos fazer uma emenda de construirmos juntos uma saída de não
repasse ao consumidor e que fiquem as grandes empresas, poderíamos criar uma
exceção para as pequenas e as microempresas. Estamos falando aqui de serviços,
vou ler aqui art. 21, inciso II: “Serviços de análise de desenvolvimentos de
sistemas, programação e elaboração de programas de computadores, licenciamento
ou cessão de direitos de uso de programas de computação, acessória e
consultoria em informática, suporte técnico em informática, inclusive
instalação, configuração e manutenção de programas e computadores”, ou seja,
nós estamos falando daquele sujeito que vem à tua casa arrumar o teu
computador! Nos estamos criando, incluindo numa lista, um imposto de 2% sobre
esse sujeito que é um empreendedor individual, formalizado eu não, mas ele terá
obrigação de dar nota e pagar 2% de ISS. Então, eu gostaria que os Vereadores
ajudassem no debate. Nós temos outros temas a tratar hoje, mas faço aqui uma
sugestão de emenda que não repassem ao consumidor os custos dessa incidência de
ISS e que esse custo fique apenas nas grandes empresas. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
discutir o PLCE nº 016/16.
O SR. CLÀUDIO
JANTA:
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, nós viemos encaminhar aqui
esse projeto que faz as empresas, não somente, Ver. Marcelo, a Net, Netflix,
pagarem imposto em Porto Alegre. Há pouco tempo esta Casa discutiu a questão de
tributação sobre os aplicativos para transporte de passageiros e fomos muito
mal interpretados: uns diziam que a gente queria proibir, nós queríamos que
pagassem tributos em Porto Alegre. Estão usando o solo da nossa Cidade, estão
engarrafando a nossa Cidade, estão usando carros de fora de Porto Alegre, tanto
é que a nossa regulamentação prevê carros somente de Porto Alegre, prevê que
essas empresas, 99% delas multinacionais, paguem impostos em Porto Alegre. E
agora, está se fazendo isso também, que a Netflix, Net, cartões de crédito
paguem impostos em Porto Alegre. É uma forma de a nossa Prefeitura arrecadar
mais.
O Sr. Kevin
Krieger:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Clàudio Janta,
somente pare reforçar exatamente isto: que essas empresas que hoje não pagam os
impostos comecem a pagar impostos como todas as outras empresas.
O SR. CLÀUDIO
JANTA:
Isso é uma forma justa de a cidade de Porto Alegre cobrar o que tem que ser
pago: se usam o nosso solo, se usam os nossos postes, se usam as nossas ruas,
se usam a nossa Cidade, as empresas têm que contribuir para melhorar a nossa
assistência médica, as nossas escolas, a nossa assistência social, para
melhorar a nossa Cidade, para que a nossa Cidade tenha dinheiro em caixa na
Prefeitura. Nós encaminhamos para que este projeto seja aprovado, e a
Prefeitura de Porto Alegre possa ter recursos para investir em educação, saúde,
segurança pública e, também, nos trabalhadores, nas pessoas que fazem esta
Cidade se movimentar, esta Cidade melhorar, para que volte a ser uma cidade
alegre, uma cidade mais alegre ainda. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
discutir o PLCE nº 016/16.
O SR. AIRTO
FERRONATO:
Caro Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; nós estamos tratando aqui
de um projeto que estende, viabiliza a imposição e cobrança de imposto, ISSQN,
a novas possibilidades e a novas atividades que se desenvolvem nas cidades. O
projeto cria a possibilidade do fato gerador da cobrança desses impostos. Nós
precisamos votar favorável ao projeto destacando que nós temos uma regra que
diz que o imposto, o ISS, é cobrado no município-sede da empresa. A guerra
fiscal que se alcançou no País fez com que grande parcela das empresas fique
andando e mudando de sede à medida que diminui a alíquota de um imposto “x”.
Por exemplo, Ver. Mauro: presto serviço em Porto Alegre, sou de Porto Alegre, e
a alíquota do imposto sobre o serviço que presto é 5%. Só que, lá em
Cachoeirinha, é 2%. Como é que o pessoal faz? Instala uma empresa, entre aspas,
de fachada em Cachoeirinha, e vem prestar o serviço em Porto Alegre, e o
imposto daqui, pago por aqui, vai para os cofres do Município onde está
instalada a empresa. O bom da questão é que precisamos, sim, essa fórmula de
quando e onde ocorre o fato. O fato vai ocorrer no Município da prestação do
serviço e, com isso, alteramos, modificamos e acertamos uma distorção bastante
significativa para a Cidade. O projeto é bom e vamos votar favoravelmente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
discutir o PLCE nº 016/16.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, em 2009, eu era o Líder do Prefeito Fogaça aqui,
e o Secretário Cristiano Tatsch me chama e propõe uma política que vigora até
hoje: nós queríamos trazer para Porto Alegre empresas operadoras de telemarketing, que são intensivas em mão
de obra e geram 2 mil, 3 mil, 4 mil, 5 mil empregos. Estávamos perdendo
competitividade para outras cidades. O que fizemos? Criamos uma política
progressiva: quanto mais empregos essas empresas gerassem, menos impostos
pagavam. Então, até 2 mil empregados, a empresa paga 5% em Porto Alegre; mais
de 2 mil empregados, a empresa paga 4%; 3 mil empregados, paga 3%; e acima de 4
mil empregados, a empresa paga o mínimo, que são 2%. Ou seja, estamos trocando
imposto por emprego. Isso é uma coisa muito positiva e acho que deveríamos
estender isso a uma série de outras atividades produtivas, mas aqui se trata de
outra coisa. Aqui se trata do seguinte: o ISS é imposto sobre serviço, que é
competência dos Municípios. Há impostos que são federais; há impostos, como o
ICM, que são estaduais, e há impostos que são municipais. Esses impostos
municipais, muitas vezes, por elisão fiscal, por planejamento tributário, estão
sendo recolhidos em outras cidades que não a cidade do fato gerador. Por
exemplo, há empresas de aluguel de carro que estão recolhendo imposto em Minas
Gerais, embora o aluguel seja feito em Porto Alegre; há empresa que opera
crédito bancário e seguro e paga no interior de São Paulo, mas não paga em
Porto Alegre. Então, a nossa compreensão é que o imposto é devido no local onde
o fato gerador acontece. Todos esses impostos têm que ser pagos aqui. Muito
recentemente, há questão de duas ou três semanas, nós votamos aqui o projeto do
Uber e definimos exatamente isso naquele projeto: quando determinamos que só
poderiam ser licenciados os táxis que são emplacados em Porto Alegre e não na
região metropolitana, nós definimos... Por que nós definimos aquilo? Porque nós
queremos que esse imposto seja transferido para cá, o imposto do IPVA, porque o
veículo é emplacado aqui, ele vem para cá, e ele pode ajudar o Governo
Municipal a fazer as políticas municipais.
Agora, tem uma incompreensão que ficou evidente
aqui, na fala do Ver. Sgarbossa, que me denota um pouco por que o PT e os seus
partidos congêneres têm dificuldade de compreender isso. O empresário nunca
fica com o imposto. Não tem empresa que fique com o imposto, gente! É acreditar
no Papai Noel depois de amanhã. Quem fica com o imposto é sempre o consumidor
final. Nós pagamos, no Brasil, 35% de carga tributária sobre remédios. Então o
Governo é sócio da doença. Esse imposto que o Governo cobra, os empresários do
setor farmacêutico repassam a quem? A nós, consumidores. Infelizmente, gostemos
ou não, é assim que a roda gira desde que a roda é roda. Então imaginar que vai
ser criada uma fórmula em que os empresários da Netflix ou de qualquer outra
coisa vão ter que arcar com o imposto, não vão repassar não existe. Por mais
que a gente queira, que ache justo... É por isso que se fala e diminuição de
carga tributária. É por isso!
(Manifestações nas galerias.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Acho que não entendeu nada do que eu falei e aí vaiou, não é? É déficit de
inteligência. A pessoa sofre de déficit de inteligência.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Ou, então, para que as pessoas que estão em casa entendam, eu vou explicar. Os
que estão aqui são aqueles atrelados aos partidos da extrema-esquerda, que
acreditam que a carga tributária tem que ser 70%! São os que estão depredando
as ruas nas manifestações.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Quem aqui acredita em Marx, por favor levante a mão. (Pausa.) Ali. É isso, essa
é a nossa diferença. Eu estou tentando explicar...
(Manifestações nas galerias.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Sr. Presidente, por favor...
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Vamos assegurar o tempo do Vereador. Mais um
minuto para conclusão.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Eu pensei que vocês tivessem compreendido hoje de manhã, quando o Ver. Adeli
fez um chamamento à razão, mas parece que não, porque não há razão. Eu estou
tentando explicar como funciona o mecanismo tributário, como funciona a
aplicação dos impostos, porque a gente paga... Por favor, senhora, quer falar,
lhe dou a palavra aqui, senhora da bolsa que mexe no telefone e não me deixa
falar, venha para cá, fale. Eu estou tentando explicar isso, e não me permitem
sequer explicar porque não funciona isso de dizer que não pode transferir, por
que não existe. A senhora quer vir aqui? Por favor, segurança, pode deixar a
senhora entrar.
Então, Sr. Presidente, estou tentando explicar
isso. Estou dizendo que nós fazermos isso nesse instante é garantirmos que esse
recurso fique em Porto Alegre, para atender, em última análise, vocês, porque
esse dinheiro é pagar as despesas do Estado que são, entre outras coisas, o
salário do funcionalismo. Então, é exatamente isso que nós estamos discutindo
neste momento. Eu acho que, além dessas, temos que buscar as empresas de leasing, as empresas de empréstimos, as
empresas de seguros, todas cujo fato gerador seja em Porto Alegre para as
tributarmos e para que a riqueza gerada aqui, aqui fique, muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Elizandro Sabino está com a palavra para
discutir o PLCE nº 016/16.
O SR. ELIZADRO
SABINO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, estamos, neste momento, no
processo de discussão, inclusive estamos conversando... O Ver. Marcelo
Sgarbossa subiu a esta tribuna para fazer uma manifestação a respeito de uma
inquietação que, na realidade, tem, de fato, um aspecto meritório: o repasse
desta isenção do ISS ao usuário. Então, ela tem de fato uma questão que é
meritória. O problema é que estamos navegando juridicamente em um campo
abstrato que fica difícil de ser mensurado, através de uma emenda, um
impedimento ao projeto de lei – então estamos discutindo nesse sentido. A
isenção vem pelo viés da isenção de cartão de crédito, de Netflix, de leasing. Vejam, hoje uma pessoa faz leasing, Ver.ª Fernanda, e o imposto, o
ISS, vai para Barueri, por exemplo. Agora, daqui para frente, neste caso, o
imposto sobre o leasing feito em
Porto Alegre fica na Cidade. Neste sentido, nós, após a discussão, entendemos
que o projeto é juridicamente factível, afinal temos aqui, na folha nº 10, a
manifestação da Procuradoria do Município no sentido de que ele, juridicamente,
está amparado pelo aspecto legal, efetivamente não incidindo em violações de
preceitos constitucionais. Estamos trabalhando aqui na operação da Lei
Complementar nº 306.
Portanto, senhores e senhoras, nós encaminhamos,
enquanto Bancada do PTB no sentido da aprovação do presente projeto, afinal de
contas ele traz fomento para a cidade de Porto Alegre. E bem asseverou o Ver.
Clàudio Janta aqui, quando referiu que temos que incentivar tudo que traz
benefícios fiscais para a cidade de Porto Alegre, Ver. Marcantônio, afinal a
nossa Cidade é diretamente beneficiada. Encaminhamos nesse sentido, portanto,
Ver. Cassio Trogildo, pela aprovação do projeto. Obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o PLCE nº 016/16. (Pausa.) O Ver.
Mauro Pinheiro está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 016/16.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr.
Presidente, Ver. Cassio Trogildo; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; pessoas
que estão nas galerias, que estão bastante exaltados; Ver. Airto Ferronato,
prestei bastante atenção em V. Exa. quando falava sobre o ISS. O Ver. Airto
Ferronato faz parte da Fazenda e tem bastante conhecimento sobre assuntos de
tributação. Mas o ISS é um dos impostos mais importantes do Município, Ver.
Marcantônio. Os três impostos importantes para o Município são o ISS, o IPTU e
o ITBI, do Ver. Bernardino Vendruscolo – são os três principais impostos de
arrecadação do Município. E o que foi aprovado recentemente, em lei federal,
Ver.ª Fernanda, é que o ISS foi incrementado com novos serviços – é um imposto
sobre serviços – que não tinham tributação anteriormente. Então, são novas
tributações, uma delas é a parte ligada à comunicação, à Internet, que não era
tributada anteriormente e que agora, com a nova legislação federal, é possível
se tributar. Então temos que elogiar a Prefeitura, que rapidamente mandou um
projeto de lei que institui a possibilidade de cobrança desse imposto, desses
novos produtos. E do ISS, que ainda falta determinar qual a alíquota que
incidirá sobre esses produtos, podendo ser, no mínimo, 2%, e, no máximo, 5%.
Isso posteriormente será determinado.
O Ver. Ferronato também levantou a questão de quem tem
direito de cobrar o ISS, qual Município, e essa é uma discussão que se tem
feito bastante. A tal disputa tributária, por exemplo, dos cartões de crédito,
que se fazia muito. É cobrado um imposto sobre serviço, e alguns Municípios
acabam colocando a taxa bem menor do que os outros, sendo que algumas empresas
nacionais e até multinacionais, quando o imposto era cobrado somente na
localização da empresa, cobravam taxas menores e acabavam recolhendo imposto do
Brasil inteiro em uma cidade pequena, porque elas tinham sua sede naquele
Município. Essa é uma outra discussão que, neste projeto de lei complementar
federal, também é feita: aonde vai se cobrar o imposto, se é onde o serviço foi
realizado ou onde está localizada a empresa. Anteriormente, era somente onde
era a sede da empresa, muitas vezes ela se localizava em uma cidade muito
pequena do interior, fazia um acordo com o Prefeito colocando a taxa do ISS com
o menor valor possível, então a empresa se colocava nessa cidade, prestava o
serviço no Brasil inteiro e a cidade onde realmente era realizado o serviço não
recebia nada, todo o imposto se dirigia para aquela cidade. Então se procura
corrigir, através dessa lei federal, esse tipo de desvio que se tinha, a
disputa da tributação, a luta fiscal, a disputa fiscal pelo imposto ISS. Essa
legislação veio para corrigir, e o Município de Porto Alegre já saiu na frente
tentando regulamentar para que se possa cobrar esse imposto dessas empresas
novas que estão na nova regulamentação. Então, somos favoráveis a esse projeto,
até porque quem paga o imposto não é consumidor e, sim, o prestador de serviço
que vai ser responsabilizado de pagá-lo, que será de 2% a 5%. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitada por esta
Presidência, o PLCE nº 016/16. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 28 votos SIM.
Apregoo a Emenda nº 01, de autoria do Ver.
Reginaldo Pujol, ao PLCE nº 015/16.
Em votação o Requerimento, de autoria do
Ver. Reginaldo Pujol, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 01 ao PLCE nº
015/16 à apreciação das Comissões, para Parecer. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo Emenda nº 02, de autoria do Ver. Clàudio
Janta, ao PLCE nº 015/16.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Clàudio Janta, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 02 ao PLCE nº 015/16
à apreciação das Comissões, para Parecer. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do
Ver. Clàudio Janta, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 02 ao
PLCE nº 015/16.
Apregoo Emenda nº 03, de autoria da Ver.ª
Fernanda Melchionna, ao PLCE nº 015/16.
Em votação o Requerimento de autoria da Ver.ª
Fernanda Melchionna, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 03 ao PLCE nº
015/16 à apreciação das Comissões, para Parecer. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo e defiro o Requerimento de autoria da
Ver.ª Fernanda Melchionna, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº
03 ao PLCE nº 015/16.
Apregoo Emenda nº 04, de autoria da Ver.ª Sofia
Cavedon e outros Vereadores, ao PLCE nº 015/16.
Em votação o Requerimento de autoria da Ver.ª
Sofia Cavedon, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 04 ao PLCE nº 015/16
à apreciação das Comissões, para Parecer. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o Requerimento de autoria da Ver.ª
Sofia Cavedon, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 04 ao PLCE
nº 015/16. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 2762/16 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 015/16,
que altera o § 2º do art. 71 da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973
– que institui e disciplina os tributos de competência do Município –,
estendendo a vigência da isenção para o serviço público de transporte coletivo
por ônibus.
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CEDECONDH. Relator-Geral Ver. Clàudio Janta:
pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação da matéria e,
quanto ao mérito, pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - art. 113 da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 22-12-16.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLCE nº 015/16. (Pausa.) Não há
quem queira discutir. Em votação a Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº 015/16.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 03, destacada, ao PLCE nº
015/16. A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a
votação da Emenda nº 03, destacada, ao PLCE nº 015/16.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Boa
tarde a todos e todas, eu quero cumprimentar os municipários que nos acompanham
numa tarde com bastante polêmica e bastantes projetos. Quero dizer aos colegas
do Simpa, do Cores, ao prezado João e à turma que nos acompanha, que o quinto
projeto é o que proíbe o parcelamento do salário dos municipários, acordado com
as Lideranças dos partidos e do Governo. Nós queremos poder concluir a votação
com grandes conquistas na tarde de hoje.
Sobre a questão da nossa emenda, eu quero ser
muito breve. Acho que o Ver. Kevin Krieger acompanhou a reunião que o Prefeito
eleito Marchezan teve aqui na Câmara Municipal, e eu quero reproduzir a fala
que nós fizemos naquele momento, porque é evidente que é fundamental pensar em
mecanismos de subsídio ao transporte coletivo para que a tarifa seja mais
barata à população.
Nós vivemos num País onde é praxe isentar os
transportes individuais, isentar o IPI dos carros, e, ao mesmo tempo,
pouquíssimo comum ter uma política de desenvolvimento do sistema de transporte
público de massas de forma a melhorar a locomoção da população e ter um
transporte mais acessível. Não é à toa que estamos em 2016 e o metrô de Porto
Alegre, por exemplo, nunca ter saído. Não é à toa que nós temos uma das tarifas
mais caras do Brasil na nossa Capital, Porto Alegre, e, ao mesmo tempo, é
preciso buscar a raiz desta estrutura extremamente injusta.
Nós votamos a favor, Ver. Kevin, da renovação do
ISS, que reduziu em 5% a tarifa de ônibus lá em 2013. E nós achamos que o
projeto vem com um elemento fundamental, que eu quero elogiar na tribuna,
porque precisa, sim, quando se avança, ser feito o registro dos avanços, que é
a questão da bilhetagem pública. A renovação da isenção do ISS está vinculada ao
controle da bilhetagem ser gerida pelo Município de Porto Alegre. Como funciona
hoje? Hoje, funciona sob o controle dos empresários da ATP. Todo o vale-
transporte que é comprado antecipado, todo o sistema de passe antecipado, todo
o sistema de transporte, de um modo global, é controlado por aqueles que lucram
com esta lógica. É, na verdade, a raposa cuidando do galinheiro. E no projeto
já veio o compromisso da extensão da renovação do ISS ser vinculada à
bilhetagem e ao controle público ainda em 2017. Isso é positivo. A bilhetagem
sob o controle público precisa, sim, ser trazida a esta tribuna, mas nós
achamos que é preciso ir além. Por isso, nós apresentamos uma emenda. Nós
achamos que é preciso ir além, porque é absolutamente inexplicável que nós tenhamos
redução de ISS, que nós tenhamos tido uma licitação do transporte coletivo que
era para avançar os condicionadores de ar nos ônibus, e os ônibus seguem sem
ar-condicionado, que a frota não tenha melhorado, que não tenha acessibilidade,
e que, ao mesmo tempo, ano após ano, tenhamos aumentos abusivos na tarifa. No
ano passado foi de 15% o aumento na tarifa, gente! Muito mais do que a
inflação! E impactou no bolso de quem? Do povo mais pobre, que precisa tomar
ônibus e que, ao mesmo tempo, não tem, muitas vezes, o dinheiro para pagar.
Isso não é comum! Nós fizemos, aqui na Câmara de Vereadores, muitos debates
sobre o transporte coletivo e nós temos muito orgulho de estar junto nas lutas
daqueles que não aceitam a lógica de todos os lucros para quem tem interesses
privados. Uma das auditorias que o Tribunal de Contas fez, em 2013, apontou que
eles ganhavam R$ 0,25 botando na tarifa de ônibus frota que estava parada nas
garagens de ônibus e a tarifa era majorada em R$ 0,25. Os empresários ganharam,
em um ano, R$ 72 milhões colocando na tarifa ônibus que estavam parados. E esse
dinheiro saiu do bolso de quem está nos ouvindo, saiu do bolso de quem está nos
acompanhando pela TVCâmara e foi para o bolso de meia dúzia de empresários que
lucram em cima do direito de ir e vir da população. Isso é inaceitável! E a
partir da mobilização da juventude nós conseguimos, com a auditoria do Tribunal
de Contas, mostrar essa ilegalidade, em 2013, e se reduziu a tarifa de ônibus
em Porto Alegre em R$ 0,25, numa mobilização da juventude e numa ação jurídica
e política da Bancada do PSOL. Em 2016, a redução da tarifa durou um mês apenas
porque a Prefeitura recorreu até Brasília para a tarifa aumentar novamente.
Então, nós estamos incluindo que para ter renovação de ISS
tem que ter auditoria, tem que saber se esse dinheiro que os impostos que o
Município vai deixar de arrecadar é, de fato, para baratear a passagem do
usuário ou se é para enriquecer meia dúzia de empresários. Por isso nós estamos
vinculando a ideia da auditoria. Já falei ao Prefeito, e está aqui o futuro
Vice-Prefeito Paim, que é necessário auditar, é necessário revisar uma
licitação na qual venceram empresas que já operaram o sistema, que durante 50
anos lucraram, sem licitação, no Município de Porto Alegre, que vendiam
concessões públicas como se fossem negócios privados. E a gente trouxe aqui
várias vezes o caso da Cambará, cujo dono da empresa colocou no inventário as
linhas de ônibus de Porto Alegre. É a mesma coisa que um municipário colocar no
seu testamento o concurso público que prestou! É um absurdo! É tratar coisas
públicas como se fossem privadas. E na licitação, a única empresa que não
operava em Porto Alegre, que inclusive colocava um valor mais barato em alguns
lotes, foi desclassificada. Foram classificadas só aquelas que operam há mais
de 50 anos em Porto Alegre, com esse monte de ilegalidades apontadas pelo
Tribunal de Contas, mas não houve nova auditoria de 2013 a 2016. E é por isso,
sim, que nós coloquemos essa emenda, porque nós achamos que é preciso
transparência, porque nós achamos que é preciso auditoria e porque nós achamos
que os incentivos têm que ser à população e não a enriquecimento ilícito de
alguns. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Mauro
Zacher, a Emenda nº 03, destacada, ao PLCE nº 015/16. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) REJEITADA por 07 votos SIM e 20 votos NÃO.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação a Emenda nº 04, destacada, ao PLCE nº
015/16. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a
votação da Emenda nº 04, destacada, ao PLCE nº 015/16.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Presidente,
funcionários, colegas, militantes, nós vínhamos aqui, entre tantas votações,
construindo um diálogo forte sobre esse tema do transporte público na Cidade de
Porto Alegre. Nós sabemos a complexidade deste tema, a Prefeitura fez uma
licitação depois de anos de mobilizações, de luta... Quem lembra 2013, aquelas
massas na rua foram desencadeadas pelo debate de uma tarifa cara e de um
serviço precário. Nós ainda temos a avaliação, Maristela, que representa aqui a
EPTC, companheira de lutas, que a licitação não resolveu os problemas; talvez
tenha dado legalidade aos contratos das empresas, mas não resolveu a
superlotação, a qualidade do ônibus, e principalmente a capacidade da
Prefeitura de incidir sobre essa qualidade e de incidir sobre o valor da
passagem para que ela de fato seja honesta, seja correspondente ao custo, seja
muito bem calibrada entre isenções, custos, lucros. Para nós é um mistério que
a Carris, por exemplo, não dê lucro. Temos muito debate a fazer, mas por que
esse debate é em grande parte superficial? Porque há dois elementos
fundamentais, e esses dois elementos – é histórico este momento – estão sendo
incluídos neste projeto, que é o controle da Prefeitura, Ver. Janta, e dos
números do sistema, de quantos passageiros, de fato, andaram em cada bacia, em
cada empresa, quantos são isentos, quantos são os estudantes, etc. Esse
controle da roleta está na mão das empresas de ônibus e o Prefeito Marchezan
com o vice Paim, que está aqui, ao trazer a prorrogação de ISSQN – e
concordamos com a Ver.ª Fernanda Melchionna de que tem que tem auditoria, sim,
porque na primeira concessão do ISS não houve redução de tarifa, houve acúmulo
de lucro –, no entanto o projeto vem pela primeira vez à Prefeitura dizendo que
a condição é que o controle do fundo tarifário, a bilhetagem, passe para a
Prefeitura. E nós, que viemos com um projeto de lei desde 2011, 2012, 2013, o
tivemos reprovado. A bancada do PT apresentou esse controle em projeto de lei,
que foi rejeitado nesta Casa. Neste ano o apresentamos de novo e estamos
transformando-o em uma emenda para completar o outro mistério do sistema, que é
o controle dos recursos do sistema público de ônibus, que são milhões
diariamente, que ficam numa conta privada, que é a conta da ATP, sobre os quais
não temos controle das aplicações, dos resíduos dos vale-transportes não
utilizados, das isenções, etc. Então, a nossa Emenda nº 04 traz a câmara de
compensação de volta no formato da conta pública, instituição financeira
pública sob controle da Prefeitura e a Prefeitura pagando pelo serviço conforme
ele foi contabilizado pelos dados que estarão na mão da Prefeitura. E aí nós
entendemos que, sim, é possível entender o sistema, incidir na qualidade,
incidir na tarifa, responder à população, dar transparência. Ver. Mauro Zacher,
agradeço pelo protagonismo para construirmos essa emenda e tirarmos o projeto
na sequência se ela for aprovada. Podemos dar a transparência requerida pela
juventude que luta por passe livre, pelos trabalhadores que lutam para reduzir
a passagem em Porto Alegre, pelas mulheres que ficam horas de pé e amassadas
nesses ônibus que atrasam e estão superlotados. É para esses usuários e
usuárias que nós queremos que esse controle venha para a mão pública, e que nós
possamos mostrar com transparência, controlar, incidir finalmente sobre esse
serviço essencial, que é uma concessão.
Por isso peço o apoio do conjunto dos Vereadores
e Vereadoras à Emenda nº 04, Ver.ª Jussara Cony, brava guerreira nesse tema
conosco todos esses anos, para que a gente possa oferecer ao Prefeito novo, que
está assumindo, um instrumento forte de gestão para dar conta de um novo momento
do transporte público com qualidade e com uma tarifa adequada. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 04, destacada, ao PLCE nº 015/16.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, nós estamos encerrando o ano
com algumas polêmicas, mas com um grande avanço. Eu acho que, durante o mandato
inteiro, se discutiu muito a questão do transporte em Porto Alegre, e hoje se
avança muito. Primeiro, não tendo a isenção, isso garante que não teremos, no
início do ano, argumentos para as empresas aumentarem drasticamente as
passagens. Segundo, cria-se um fundo que vai usar todos esses recursos; que
passa para o Município uma reivindicação de vários Vereadores desta Casa, que é
construída pela Emenda nº 02, que é construída pela Emenda nº 04. O ano que
vem, vamos voltar a discutir a Emenda nº 03, que foi apresentada pela Ver.ª
Fernanda Melchionna, mas foi um grande avanço. Então, nós, que encaminhamos a
Emenda nº 02, que foi aprovada, queremos agradecer a todos os membros desta
Casa por isso. Queremos encaminhar aos membros desta Casa, aos colegas, aos
Pares, no sentido da aprovação da Emenda nº 04. Tenho certeza de que trará um
sistema eficiente de acompanhamento, um sistema eficiente de transparência no
transporte de Porto Alegre. Por isso a bancada do Solidariedade encaminha pela
aprovação da Emenda nº 04, Sr. Presidente e nobres Pares desta Casa. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente, ficou ajustado entre as Lideranças que, com relação a essas
considerações do Ver. Janta, relativamente aos parágrafos 5º e 6º, em redação
final, serão retirados do texto, porque regimentalmente me parece que é o
método mais adequado, já que há concordância geral.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Precisamos de um acordo da maioria dos Líderes
presentes, que devem ultrapassar metade mais um do número de bancadas da Casa,
que são 14.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Como
nenhum Líder discordou, temos unanimidade.
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Todos os Líderes presentes? (Pausa.) Eu
vou suspender a Sessão enquanto preparamos a redação do acordo de Líderes.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h42min.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 16h55min): Estão reabertos os trabalhos.
Apregoo Termo de Anuência de Ajuste à Emenda nº
04, destacada, ao PLCE nº 015/16, devidamente assinada pela maioria dos Líderes
presentes.
Em votação a Emenda nº 04, destacada, ao PLCE nº
015/16. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 01 ao PLCE nº 015/16.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA, com a contrariedade das Vereadoras Sofia Cavedon,
Fernanda Melchionna, Jussara Cony, e dos Vereadores Engº Comassetto e Prof.
Alex Fraga.
Em votação o PLCE nº 015/16. (Pausa.) O Ver.
Engº Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 015/16.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Prezado
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores; este projeto
é um projeto do Executivo e é um projeto muito bem visto pela Bancada do
Partido dos Trabalhadores. Até parece contradição. Muitos vão dizer, Ver.ª
Fernanda, que o PT está no Governo do Marchezan, mas sobre este tema aqui
tratado nós apresentamos, nos últimos quatro anos, dois projetos de lei e fomos
derrotados. Nós fomos derrotados, porque, em todo momento em que vinha a discussão
sobre transporte público, nós sempre levantamos quatro eixos principais que têm
e devem ser tratados para que se tenha o controle da gestão do transporte
público. O primeiro deles é corrigir o que foi feito em 2008, que o Prefeito
Fogaça fez por decreto, passando o caixa da bilhetagem eletrônica para a ATP
controlar. E o que o Governo que entra está dizendo agora? Está corrigindo essa
situação, dizendo que até 31 de dezembro de 2017 deve promover a transferência
da gestão e da administração do sistema de bilhetagem eletrônico do sistema de
transporte coletivo por ônibus ao Município de Porto Alegre, por intermédio da
EPTC, fato este que nunca deveria ter deixado de acontecer. Por que isso? Cada
um de vocês, senhoras e senhores que aqui estão, lá pelos dias 20, 25 de cada
mês, recebem no seu cartão TRI a bilhetagem eletrônica, que é paga. Mas hoje,
no momento em que ela é paga, cai tudo no caixa da ATP; ela recebe
antecipadamente para realizar o serviço, e se é uma prestadora de serviço, ela
teria que receber pelo serviço prestado e se ele for bem prestado. Aí a
fiscalização – outro ponto que não foi levantado aqui, assunto que falei com o
Vice-Prefeito eleito – tem que ser corrigida também, porque não pode continuar
a ser feita pelos fiscais dos próprios ônibus. Hoje, se um ônibus que tem que
passar às 8h ou às 8h15min, mas passa o das 8h e só o seguinte, das 8h30min.
Nos mapas, vem como se tudo tivesse ocorrido normalmente, e isso nunca é
corrigido. Então, para quem mora na periferia e utiliza transporte público – e
quanto mais longe, mais difícil é a situação – fica prejudicado.
O terceiro ponto que precisamos enfrentar é
sobre o sistema de transporte público de Porto Alegre, o qual tem que estar
integrado na Região Metropolitana, não dá mais para que os ônibus de Canoas,
Alvorada, Cachoeirinha, Viamão, entre outros, continuem entrando vazios em
Porto Alegre, não podendo pegar passageiros, e os de Porto Alegre fazendo o
mesmo trajeto. E quando alguém que vem de Canoas, que tem que desembarcar no
aeroporto e depois chegar ao Centro, paga duas passagens. Não é integrado o
sistema, tem que haver a integração do sistema metropolitano. É outro ponto que
não foi tratado aqui.
Por último, quero dizer aqui que é bem-vinda a
isenção de impostos, Fernanda, se for para beneficiar o destinatário final, que
é o passageiro. Há dois anos, a Presidente Dilma, antes do golpe, promoveu a
isenção dos tributos trabalhistas para todas as empresas de ônibus, que deveria
ser repassada ao preço da passagem, diminuindo o preço da passagem. Alguém,
aqui, percebeu essa isenção tributária e que incidiu na passagem dos nossos
ônibus no dia a dia? Não! Essa isenção foi incorporada pelas empresas dentro do
seu custo, se diluiu. Agora, se aponta que haverá a isenção do ISS para o sistema
de transporte, e também tem que ser falado qual é o mecanismo que vai
reestruturar, que vai poder controlar isso.
Concluindo, Ver.ª Sofia, Ver. Adeli, Ver.
Marcelo, da nossa bancada, que apresentou o projeto, o Conselho Municipal de
Transporte Urbano tem que ser reestruturado. Aquele conselho que lá está, na
sua totalidade, com raras exceções, da UAMPA e da Central Única dos
Trabalhadores, dizem “amém” à ATP e assina a planilha dos custos sem discutir
com a população. Então, o Conselho de Transporte Público também tem que ser
revisado e refeito para analisar, avaliar e ver a prestação de contas.
Então, Sr. Presidente, quero registrar esses
pontos aqui, que a Bancada do Partido dos Trabalhadores, com as emendas já
apresentadas e aprovadas, votará favoravelmente a este projeto. Entendemos que
já é um passo que está sendo feito, mas é insuficiente, ainda, dentro do
sistema de transporte público de passageiros de Porto Alegre, ele tem que
atender, em primeiro lugar, aqueles que precisam, com preços baixos, preços
justos, conforme o salário dos trabalhadores, com qualidade e assiduidade. Isso
ainda falta ser conquistado. Essa luta é de todos nós. Um grande abraço, muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o PLCE nº 015/16. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO, com a contrariedade dos Vereadores Fernanda Melchionna,
Prof. Alex Fraga e Jussara Cony.
A SRA. SOFIA
CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a retirada do PLL nº
052/16 da priorização de votação da Ordem do Dia de hoje.
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria da
Ver.ª Sofia Cavedon. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. ENGº
COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem da
priorização de votação, para que possamos, logo após a discussão e votação do
PLCE nº 007/16, passar à discussão e
votação do PLL nº 257/16. Após retornaremos à ordem normal.
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Engº Comassetto. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0779/16 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 019/16, de autoria da Verª Fernanda Melchionna e
do Ver. Alex Fraga, que inclui art. 109-A na Lei Complementar nº 133, de 31 de
dezembro de 1985 – Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Porto
Alegre –, e alterações posteriores, dispondo sobre parcelamento das despesas
com pessoal ativo e com pessoal inativo dos órgãos da Administração Direta e
das entidades da Administração Indireta do Executivo Municipal.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Marcelo Sgarbossa: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela aprovação do
Projeto.
Observações:
- para
aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, §
1º, I, da LOM;
- incluído na
Ordem do Dia em 10-11-16 por força do art. 81 da LOM.
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o
PLCL nº 019/16. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) A
Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL
nº 019/16.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa tarde a todos e todas, eu queria agradecer a permanência e a força da
categoria dos municipários, que, desde as 10h estão conosco esperando o que nós
queremos que seja uma grande vitória para o Município de Porto Alegre. Nós
queremos agradecer ao Ver. Reginaldo Pujol, que deixou que o nosso projeto em
defesa dos municipários fosse votado neste momento; embora ele tenha um projeto
importante na sequência cedeu pela pauta, porque ele é a favor do
nosso projeto em defesa dos municipários, já me antecipou seu voto, cedo na
Sessão de hoje, ao Líder do Governo que conseguiu priorizar o projeto, como nós
fizemos, Ver. Mauro, em relação ao IPTU, que foi uma vitória enorme do
Município de Porto Alegre, a manutenção dos descontos e o posicionamento da
Câmara com todos os votos unânimes na questão da lei complementar que permite
esse desconto para a população e, ao mesmo tempo, garante o 13º salário para a
categoria neste momento tão difícil, João Ezequiel, Everaldo, também está aqui
a Associação do Hospital de Pronto Socorro, o Simpa, o Cores. Este projeto, na
verdade, é muito simples – fizemos as correções que foram pedidas –, um projeto
que inclui no nosso Estatuto do Funcionário Público a vedação à possibilidade
de parcelamentos dos salários porque achamos que salário é sagrado e precisa
estar garantido também no nosso estatuto. (Palmas.)
Quero agradecer ao Ver. Elizandro Sabino,
da CUTHAB, que ajudou muito para que este projeto chegasse ao Plenário. A nossa
ideia, Ver. Janta, que já havia se manifestado em relação à importância do
nosso projeto, era poder terminar a tarde de hoje, embora haja outros projetos
subsequentes, com essa importante conquista do Município. Não é uma conquista
de um Vereador, de uma Vereadora, de uma bancada, é uma vitória do conjunto da
Câmara de Vereadores e do conjunto do Município de Porto Alegre, prevendo
aquilo que, para nós, tem sido fundamental para garantir a prioridade e que
haja, no Estatuto do Funcionário, também essa importante conquista para que a
gente possa, de fato, avançar na política municipal e para que possamos dar
prioridade aos serviços públicos tão importantes para nossa população, porque
quando a gente fala em salários, falamos na qualidade dos serviços que são
prestados à nossa população, porque lá na ponta da escola está a professora
municipal; lá no posto de saúde, está o médico, a enfermeira; lá no DEP e na
SMOV, estão os operários. Nós achamos que é uma grande finalização da Câmara de
Vereadores de Porto Alegre ter essa garantia no nosso Estatuto do Funcionário
Público, fazendo com que, aprovando a emenda, que foi feita com sentido de
garantir com que não houvesse redundância ou dificuldades no projeto, nós
aceitamos a emenda apresentada porque achamos que é importante deixá-lo redondo
nessa garantia de direitos, nós pedimos a aprovação por unanimidade dessa Casa,
para que os Vereadores e Vereadoras de Porto Alegre demonstrem seu voto
favorável ao conjunto da população de Porto Alegre, ao conjunto da categoria
dos municipários e municipárias, ao conjunto dos 17 mil trabalhadores que estão
lá na ponta batalhando por uma Cidade melhor. Obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCL nº 019/16.
(Manifestações nas galerias.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: O
Marchezan vai dialogar com os municipários, terá que dialogar. Estou aqui,
Ver.ª Fernanda, com a Lei nº 133, do Estatuto do Funcionalismo Municipal. Acho
até que este dia é histórico, porque nós ouvimos na rádio, há pouco, que a
Justiça não acolheu a ação do PSDB que questionava o desconto do IPTU.
(Manifestações nas galerias.)
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Reconheceu,
e é uma vitória para a Câmara de Vereadores, Presidente Cassio e Líderes, com
os quais estivemos juntos no Tribunal de Contas. Essa vitória da garantia do
IPTU, da receita, foi para fechar o ano honrando os compromissos com os
municipários. É uma vitória fundamental que ensina para a cidade de Porto
Alegre, para os outros governos, que há saída, sim, sem ser o Estado mínimo. E
as cláusulas do Estatuto, Ver.ª Fernanda e Ver. Alex, que acrescentam uma muito
importante, elas consagram esse direito de receber o 13º salário até o dia 20,
de se receber os salários mensais, de ter o seu plano de carreira respeitado,
os seus adicionais, tudo que nós consideramos fundamental para que as políticas
públicas da cidade de Porto Alegre sejam de qualidade, os funcionários estejam
motivados e sejam parte da construção da Cidade que queremos. Os municipários
participam das eleições, têm as suas opiniões, os seus votos, mas, uma vez o
gestor eleito, nós queremos estar na gestão. Nós não aceitamos assédio moral,
nós não aceitamos repressão à mobilização, à organização e à luta da categoria.
Nós defendemos, sim, o direito constitucional de greve, de estar aqui
discutindo como ficarão as secretarias, como ficarão as políticas públicas,
como ficarão as gratificações, como ficará a nossa carreira. E não aceitamos,
porque não trabalhamos parceladamente, nunca aceitaremos salário parcelado!
Nunca! Porque o trabalho na Prefeitura de Porto Alegre é um trabalho sério,
Ver. Villela, que foi nosso Prefeito e que sabe o que significa um
funcionalismo satisfeito, integrado, orgulhoso da sua carreira, do seu
trabalho, da política pública que realiza. Infelizmente, nós vivemos tempos
muito difíceis no Brasil, e os municipários também, nos últimos anos, tiveram
que lutar muito para enfrentar o efeito cascata e não deixar retirar 30% do
salário. Tiveram que lutar muito para o seu plano de carreira voltar a ser
respeitado, e agora estamos em processo, novamente, do plano de carreira, e
queremos que ele siga o seu fluxo, respeitando cada passo que o municipário dá
na sua vida, na dedicação ao Município. Tiveram que lutar muito para recompor a
inflação, e, este ano, já estão perdendo muito pelo parcelamento que ainda vai
se completar em janeiro. Mas jamais tiveram que enfrentar parcelamento salarial
como vive a dor, a tristeza, a agressão do funcionalismo estadual. Por isso que
colocar como cláusula máxima essa proibição no estatuto é o coroamento de uma
história de luta da PMPA, do Simpa, da ATEMPA, da ASMS, de todas as nossas
associações, de toda a nossa luta sindical, da luta por democratização desse
sindicato que nós vivemos na cidade de Porto Alegre, da luta por uma Cidade que
respeita os seus funcionários, que trabalha com eles, e que sabe, sim, na hora
certa, buscar alternativas e é o que nós buscamos de ontem para hoje. Nós aqui
aprovamos, inclusive, impostos que não eram cobrados em serviços. Nós estamos
cobrando a contrapartida das empresas de ônibus para, de fato, não gastar mais
com a Carris; nós não queremos mais gastar com a Carris, nós queremos o sistema
sob controle, sustentável e servindo bem a cidade de Porto Alegre, porque o
erário está perdendo milhões com a Carris e não precisa perder.
Então, Ver.ª Fernanda e Ver. Prof.º Alex, nos
orgulhamos, Ver.ª Jussara, de andarmos lado a lado nas bancadas bravas,
guerreiras, e eu sei que muitos outros aqui vão apoiar em defesa do
funcionalismo, mais do que isso, em defesa dos direitos, em defesa de uma Cidade
sustentável, feliz, o que passa pelo funcionalismo. E falo em nome da Jussara
também, do PCdoB. Viva o funcionário público municipal! Que a gente possa
dialogar, construir sempre uma Cidade melhor para todos e todas! (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver. Paulo Brum reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCL nº 019/16.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, eu não tenho dúvida de que salário é sagrado, é a contraprestação
do nosso trabalho. A única reflexão que quero fazer em um momento que estamos
vendo o Governo do Estado não podendo pagar salários há sete, oito meses – o
que é trágico -, que a pessoa chega no Banrisul e ainda não conseguiu quitar o
empréstimo do ano passado, não consegue o deste ano e ainda tem que pagar o
juro, o que é muito ruim, para tudo isso, com relação a esse projeto, embora eu
vá votar favoravelmente, quero fazer com vocês uma reflexão. Algo que eu tenho
dito há muito tempo: dos couros saem as correias – é um ditado gaúcho. De onde
é que vem o dinheiro para pagar os nossos salários, inclusive os nossos 8 mil e
poucos reais aqui de Vereador? De onde é que vem? De onde é que vem o dinheiro
que paga o justo salário de vocês como servidores? Esse dinheiro vem da riqueza
que é gerada na sociedade. A partir do quê? Dos impostos. Porque o nosso
dinheiro, como servidor público, por favor, acompanhem meu raciocínio, quando
nós trabalhamos e descontamos imposto de renda no final do mês, esse dinheiro
recircula dentro da máquina, não é excedente, não é dinheiro novo. O dinheiro
novo, que cresce... Por isso, se vocês forem olhar o Orçamento de Porto Alegre,
todos os anos o ISS não tem crescido, o crescimento é vegetativo; se vocês
olharem o IPTU, a não ser agora, se for fazer a atualização de planta de
valores para verificar... Esse dinheiro não tem crescido. Se esse dinheiro não
cresce e as despesas do Governo crescem, por mais justas que ela sejam, num
determinado momento, cedo ou tarde, vai faltar dinheiro, isso é matemático, não
estou inventando aqui. Então, quero dizer para vocês servidores públicos: vocês
são os emuladores do processo do desenvolvimento. Eu fui Secretário da
Indústria e Comércio e Secretário do Urbanismo, e, na semana passada, me ligou
uma pessoa e me disse: “Vereador, me ajuda, tenho um processo que não anda lá
no Urbanismo”. Eu pedi para verem o processo no sistema, que qualquer um pode
ver. Ele estava parado desde o dia 20 de junho na mesa de uma técnica. Pode
haver dificuldade, pode haver tudo, mas, assim como esse, eu conheço vários
colegas aqui porque convivi nas secretarias e sempre, graças a Deus, tive o
maior respeito e fui muito respeitado dentro dos ambientes de trabalho. A gente
sabe que muitas vezes as pessoas estão descoladas dessa lógica, acham que não
existem. Eu dizia para os meus servidores: “Gente, vocês não estão se
apercebendo; se nós transformarmos Porto Alegre numa cidade tão rançosa a ponto
de que ninguém queira mais investir aqui, vai chegar o dia em que vai faltar
dinheiro para pagar até o salário de vocês”. Vai faltar dinheiro para creche,
para manutenção da praça, vai faltar dinheiro para o posto de saúde, vai faltar
dinheiro para o comprimido da pessoa que tem que tomar medicação contínua, vai
faltar para agulha, vai faltar para tudo, para o giz da professora. Volto a
dizer: é do couro que sai as correias. Então, o que falo aqui, no momento em
que vou votar favoravelmente, é que no final são duas coisas: primeira, embora
a gente crie um comando – Ver.ª Fernanda, veja, pode haver uma armadilha aqui –
e se daqui a um mês não tiver dinheiro para pagar integralmente? Nós estamos
criando uma amarra. Se não tiver dinheiro para pagar integralmente, aí não paga
integral? Não paga nada? Nem o parcelado? Então deixo aqui como dúvida. A
segunda questão: se nós, na nossa cabeça – e vocês é que fazem a máquina a
girar –, não mudarmos o chip para
trabalhar de forma sinérgica com quem gera riqueza, com a produção da Cidade
para fazerem aquilo que vocês fazem, vocês que são servidores públicos, nós
somos, eu sou. E estamos aqui para servir a sociedade e fazer com que essa
engrenagem ande. Se nós não tivermos na cabeça essa consciência e nos
colocarmos como inimigos ou do Valter ou de um determinado setor produtivo a
máquina parará de andar. E no dia em que ela parar de andar, como já tem
parado, vai chegar o momento, como infelizmente chegou, em que não haverá
dinheiro para pagar nem os nossos salários. Era essa a reflexão que eu queria
fazer. No mais, que vocês recebam em dia seus salários e que tenham um bom ano
de 2017 e um feliz Natal. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para encaminhar
a votação do PLCL nº 019/16.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, a primeira coisa que o
trabalhador tem que ter é a sua segurança. Vimos vários planos, no ano passado
e no ano retrasado, para recuperarem a economia, mas nesses vários planos – e
agora mesmo o Governo Temer tem algumas saídas para recuperar a economia –
sempre quem tem que contribuir é o trabalhador. E esse projeto diz que o
trabalhador vai contribuir, mas não mexendo no seu salário. O trabalhador vai
contribuir trabalhando, tendo ideias, ajudando o Município a arrecadar, mas não
mexendo no bolso dos trabalhadores, como foi na mobilização dos municipários
para garantir o pagamento no SPC. Salário de trabalhador não contribui com
economia nenhuma, apenas com a local, porque o comércio de Porto Alegre, os
comércios da região metropolitana, com a política de parcelamento do Sartori,
vêm diminuindo as suas vendas cada vez mais. Uma cidade que vive somente de
comércio e de serviços não pode ter os trabalhadores do Município e do Estado
recebendo parcelado, com insegurança. Toda a empresa – e, queiram ou não
queiram, o Município e o Estado são empresas, empresas a serviço nosso, a
serviço da população, do cidadão – tem que ter um planejamento. Isso eu falei
aqui na questão do 13º salário. Não adianta dizer que tem superávit, que vai
embelezar a orla do Guaíba, que vai fazer isso ou aquilo. Os governos têm que
aprender com os trabalhadores. Não pode um chefe de família trocar de carro,
chegar em casa e a sua luz estar cortada. Não pode um chefe de família viajar e
quando voltar da viagem não ter gás para esquentar a xepa. Não pode um chefe de
família ficar a semana inteira bebendo num boteco, jantando fora e no final do
mês não pagar a escola do seu filho. Ele se organiza. Ele tem gás, ele paga
luz, ele paga a escola do seu filho, ele alimenta a sua família, e, quando
sobra, ele vai tomar uma pinga, ele vai jantar com a patroa, vai comer lá um
arrozinho com linguiça, um carreteirinho, uma batata frita. Ele faz isso, mas
organizado com a sua receita. Então, o Município que organize a sua receita e
não puna os seus trabalhadores. Que pague o salário em dia! Isso é
planejamento! E o Município tem uma Secretaria de Planejamento. Então, que
planeje: dia 30, dia 5, eu tenho que pagar o salário dos servidores. Então, que
esteja lá na planilha, planejado. Dia 20, eu tenho que pagar o 13º salário; que
esteja lá, planejado. As nossas contas são planejadas. Então, num governo não
existe plano de demissão voluntária, plano de incentivo; não existe nada, o que
existe é pagar os servidores, que são as pessoas que fazem o Município crescer,
porque, geralmente, é o pessoal que cuida da saúde, da segurança pública, da
educação, da limpeza que é penalizado, porque os altos salários não vêm para cá
gritar nas galerias querendo o seu 13º salário, não vêm para cá gritar querendo
o seu salário.
Então, nós encaminhamos favoravelmente ao
projeto. Vamos votar favoravelmente ao projeto, porque salário é sagrado,
salário tem que ser honrado, tem que ser pago em dia, assim como o 13º salário.
Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação a Emenda nº 01 ao PLCL nº 019/16.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADA.
Em votação o PLCL nº 019/16. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO com a contrariedade dos
Vereadores Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel e Mendes Ribeiro.
O SR. MENDES RIBEIRO: Como havia
solicitado, passo a ler a Declaração de Voto (Lê.): “Venho, através desta,
declarar meu voto contrário à proposição em epígrafe, em que pese o caráter
meritório da mesma, pois entendo que uma das formas mais justas e dignas de um
administrador público valorizar o serviço público é pagar pontualmente seus
servidores, pois os vencimentos, os proventos, pensões, gratificação natalina
são verbas de caráter alimentar, indispensáveis. Todavia, manifestei minha
contrariedade ao PLCE em comento, visto que o mesmo é inconstitucional, já que
afronta ao princípio da Separação dos Poderes, previsto no artigo 2º da
Constituição Federal, uma vez que há claro vício de origem quando o Legislativo
determina ao Executivo e dispõe sobre regime jurídico dos servidores
municipais, cuja matéria é de competência exclusiva do Chefe do Poder
Executivo, conforme dispõem os artigos 61, §1°, e 84, inciso VI da Constituição
Federal. Calha dizer que os incisos V e VII, do artigo 94, da LOMPA, consagram como
competência privativa do Prefeito a iniciativa de proposições sobre o regime
jurídico dos servidores municipais, e, por via de consequência, a forma de
pagamento da sua remuneração, dos proventos e pensões. Além disso, o presente
PLCE é despiciendo, visto que a Lei Orgânica de Porto Alegre é muito clara ao
não permitir qualquer parcelamento de remuneração dos servidores públicos
municipais,
visto que os artigos 39, 40 e 41 do
referido Diploma Legal, os quais são de aplicação imediata, direta e integral, estabelecem
que a quitação mensal da folha de pagamentos dos servidores municipais se dará
até o último dia útil do mês a que corresponder, bem como que o 13° salário
será pago até o dia 20 de dezembro, facultada a antecipação. Caso não sejam
quitadas essas verbas, a autoridade que deu motivo ao atraso poderá responder
administrativa e criminalmente”.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 1929/16 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 007/16, que altera os limites das Macrozonas
(MZ) 05 e 08, altera os limites da Subunidade 09 da Unidade de Estruturação
Urbana (UEU) 22 da MZ 05 e da Subunidade 01 da UEU 38 da MZ 08, cria e institui
como Área Especial de Interesse Social II (AEIS II) a Subunidade 03 da UEU 22
da MZ 05, cria a Subunidade 04 da UEU 22 da MZ 05 com o mesmo regime da
Subunidade 09 da UEU 22 da MZ 05 e define o regime urbanístico para a AEIS II
criada. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Mauro Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na
Ordem do Dia em 22-12-16 por força do art. 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLCE nº 007/16. (Pausa.) Não há
quem queira discutir. Em votação o PLCE nº 007/16. (Pausa.) O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 007/16.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; Ver. Reginaldo Pujol e demais
Vereadores que discutem muito o tema do Plano Diretor e o tema das áreas
irregulares da cidade de Porto Alegre. Este é um projeto do Executivo que
propõe transformar em AEIS II, destinada à regularização fundiária, um projeto
irregular lá na Jorge Pereira Nunes, no bairro Campo Novo. É uma área de quatro
hectares e meio e que já está ocupada há muito anos. E eu quero fazer neste
momento uma referência a todos aqueles Vereadores e Vereadoras que lutaram, nos
últimos períodos, pela regularização fundiária na cidade de Porto Alegre –
Ver.ª Jussara Cony, Ver. Cleiton; os Vereadores que nos acompanharam na CUTHAB,
Ver.ª Fernanda, Ver. Mauro, Ver. Janta –, que nós continuamos tendo em Porto
Alegre 750 vilas irregulares e a maioria delas é irregular porque o Município
não absorveu, não assimilou o Estatuto da Cidade que permite que áreas como
essa sejam regularizadas de pronto. Inclusive, com a comunidade da SMAM,
técnicos da SMAM que aqui estão, o próprio projeto do Minha Casa, Minha Vida
nacional diz que aquelas áreas que têm conflito ambiental, que a regularização
for permitida e que houver uma compensação ambiental podem e devem ser
regularizadas. E eu sempre trago aqui, como exemplo, a Vila Kanazawa, que está
lá no morro Pasmado, em Belém Velho.
Acima dessa área, Ver. Reginaldo Pujol, que está lá há 40 anos, bate lá Secretaria
do Meio Ambiente dizendo que está no topo do morro. Mas ao lado foi licenciado
o Alphaville, com a mesma característica, mas um empreendimento novo. E aquela
comunidade que está lá, nós fizemos umas dez audiências públicas aqui na CUTHAB
e o processo não conseguiu ir para frente.
Então, em temas como esse, nós precisamos olhar
o tema da cidade em seu todo e analisar isso para poder ver a questão da
regularização. O que nós temos que evitar é a extensão territorial da Cidade
para cima do urbano com novos empreendimentos habitacionais que peguem áreas de
preservação. Como é o caso de alguns projetos, que nós gravamos, Ver. Cassio
Trogildo, a zona rural e já tem proposta de colocar AEIS lá dentro da zona
rural, e isso nós temos que limitar. Mas um projeto como esse, ali na Jorge
Pereira Nunes, uma comunidade regular que já está lá há 40 anos e que não sairá
mais de lá, nós temos que dar condições de regularizar, e que o esgoto seja
tratado, e que se construa a praça, e que tenha lá as contrapartidas sociais da
região. Fiz questão de vir aqui falar sobre esse projeto, Ver.ª Jussara, porque
nós sempre lutamos muito pelo tema da reforma urbana, e esse é um tema que não
desencantou na cidade de Porto Alegre. E nós precisamos fazer com que
desencante, porque as 750 vilas irregulares que tem na Cidade, assim que forem
incorporadas na urbanidade da Cidade, Ver. Marcantônio, elas passam a ter uma
vida que contribui com a urbanidade, e no momento em que elas estão fora da
regularização, essas pessoas são mobilizadas para ir ao Orçamento
Participativo, conquistam dinheiro para colocar na infraestrutura e no momento
de aplicar o que dizem? “Não pode, porque é irregular”. Então esse tema é
importantíssimo, essa área que o Governo manda, eu lamento que seja só uma área,
e temos mais de 700 áreas na Cidade, que a grande maioria poderiam ter sido
regularizadas e serem incorporadas na cidade de Porto Alegre. O voto de nossa
Bancada será favorável ao projeto que dá entrada na regularização desta área,
lá no Campo Novo, na Jorge Pereira Nunes, que é uma comunidade que necessita
ser incorporada à urbanidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação a Emenda nº 01 ao PLCE nº 007/16.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADA.
Em votação o PLCE nº 007/16. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2690/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 257/15, de autoria do Ver. Alberto Terres, que
cria o Programa de Educação Permanente, Aperfeiçoamento e Formação dos
Profissionais da Área da Saúde acerca da Doença Falciforme. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Waldir Canal: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela rejeição do Projeto e da Emenda
nº 01.
Observação:
- incluído na
Ordem do Dia em 24-11-16 por força do art. 81 da LOM.
O
SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLL nº 257/15. (Pausa.) Não há
quem queira discutir. Em votação a Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 257/15.
(Pausa.) O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação da
Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 257/15.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, senhoras e senhores, Ver.ª
Sofia Cavedon, Ver. Marcelo Sgarbossa e Ver. Adeli Sell, vim aqui, em nome da
nossa Bancada, encaminhar este projeto do nosso suplente de Vereador, Alberto
Terres, que ali está, para o qual peço uma salva de palmas, que é funcionário
público municipal, trabalha na saúde e luta no tema da saúde, e que assumiu
como Vereador, no ano passado, na Semana da Consciência Negra. (Palmas.) Ele
apresentou este projeto de criar todo um estudo, um grupo de trabalho e em
atenção especial à doença falciforme. Eu, junto com os Vereadores Delegado
Cleiton, Tarciso Flecha Negra, Jussara Cony e Sofia Cavedon, entre outros,
coordenamos aqui a Frente Parlamentar dos Povos de Matriz Africana e dos Povos
Tradicionais. Este tema ainda é tabu na sociedade brasileira. Eu mesmo aprendi
que a doença falciforme é uma doença hereditária, que veio junto com os povos
que foram trazidos forçosamente da África, e se mantém até hoje, e atinge até
70% da população negra. Ela pode se manifestar ativamente como doença ou pode
ser portador. Essa doença nada mais é do que a mudança das hemácias – que são
de forma redonda – que se modificam, tornando-as parecidas com uma foice, que
endurecem, enrijecendo e trancando os vasos sanguíneos e, com isso, ocasionam
uma doença que é incurável, mas pode ser tratada. E esse processo precisa ser
assumido, assimilado, compreendido por toda a sociedade para que possamos
avançar e combater.
Portanto, em nome da nossa Bancada, queremos
homenagear o nosso Ver. Alberto Terres, e pedir aos colegas Vereadores que
possamos aprovar e deixar o registro desta conquista para a cidade de Porto
Alegre, que é do nosso Vereador da raça negra, que assumiu aqui na Semana da
Consciência Negra, no passado. Muito obrigado, um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Cassio Trogildo reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 257/15. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
como se encontram. (Pausa.) APROVADA.
Em votação o PLL nº 257/15. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito a alteração da ordem da priorização de votação, para que
possamos, imediatamente, passar à discussão e votação do PLL nº 054/16. Após
retornaremos à ordem normal.
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. João Bosco Vaz. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. MARCELO SGARBOSSA (Requerimento): Sr. Presidente,
solicito a alteração da ordem de priorização, para que possamos, logo após a
discussão e votação do PLL nº 054/16, passar à discussão e votação do PLL nº
136/14. Após retornaremos à ordem normal.
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Marcelo Sgarbossa. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 0629/16 – PROJETO DE LEI
LEGISLATIVO Nº 054/16,
de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que obriga os promotores de competições
esportivas a conceder desconto de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da
inscrição a atletas idosos e a para-atletas.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Rodrigo Maroni: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 18-08-16 por força do
art. 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLL nº 054/16. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. KEVIN KRIEGER: Eu gostaria de saber qual é a ordem que está a reestruturação
administrativa?
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): É o segundo.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr.
Presidente, só quero fazer um registro. Depois da discussão do estatuto,
ligou-me o Ver. João Antonio Dib, e ele fez uma referência que quero fazer para
todos vocês. Disse que antes da Lei nº 133 não tinha 13º salário, e disse que
eu olhasse quem assinou a 133 – e foi o Prefeito João Antonio Dib! Ele, que
está nos assistindo, sempre defendeu os municipários e as municipárias, e eu
quero fazer essa boa referência. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Obrigado pelo registro, Vereadora.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1399/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 136/14, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa,
que altera a ementa e o art. 1º e inclui art. 1º-A, todos na Lei nº 11.417, de
15 de fevereiro de 2013 – que permite aos proprietários de estabelecimentos
comerciais a instalação de bicicletários nesses locais –, permitindo aos
proprietários de estabelecimentos comerciais a instalação de paraciclos e
bicicletários sobre a parcela de calçada e via pública que lhes seja fronteira.
Parecer Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR, CUTHAB e COSMAM.
Relator-Geral Ver. Mauro Pinheiro: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na
Ordem do Dia em 10-11-14.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLL nº 136/14. (Pausa.) Não há
quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a
palavra para encaminhar a votação do PLL nº 136/14.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Bom,
se alguns Vereadores estão em dúvida, vou tentar ajudar aqui, dando uma
explicação. Existe uma lei, de 2013, que não permite aos proprietários de
estabelecimentos comerciais a instalarem bicicletários e paraciclos. Então, nós
fizemos uma lei, mudando esta lei de 2013, permitindo que os donos de
estabelecimentos comerciais instalem bicicletários e paraciclos. O que a EPTC
fez, numa conversa em que estavam presentes o Presidente Cappellari, técnicos
da EPTC e o Ver. Mauro Zacher, foi uma emenda, esta emenda apresentada e
assinada pelo Ver. Mauro Zacher, em que cria uma vírgula, e a autorização para
colocar esses paraciclos nesses lugares dependerá de análise técnica da EPTC.
Nós acolhemos esta sugestão, o próprio Ver. Mauro Zacher foi o autor da emenda.
Então é uma emenda construída, ficando a critério da EPTC a análise de caso a
caso, mas autoriza que o proprietário do estabelecimento coloque um
bicicletário ali no lugar. Pode – aí, sim, esse é o tema – a EPTC autorizar a
retirada do estacionamento de um veículo para colocar ali, se o proprietário
requerer, na frente do estabelecimento comercial. Então é, basicamente, muito
simples. É isso, obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº
136/14. (Pausa) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADA.
Em votação o PLL nº 136/14. (Pausa) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. DELEGADO
CLEITON (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem
da priorização de votação, para que possamos, imediatamente, passar à votação
da Indicação nº 042/16 e da Indicação nº 066/13. Após retornaremos à ordem
normal.
O SR. KEVIN
KRIEGER:
Delegado Cleiton, em homenagem ao seu último dia aqui, em princípio, darei
acordo, desde que façamos a votação sem fazer encaminhamentos para a votação.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Delegado Cleiton. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. APROVADO.
INDICAÇÃO - VOTAÇÃO
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
IND.
Nº 042/16 – (Proc. nº 1699/16 – Ver. Delegado Cleiton) – ao Governo Municipal, que sugere a criação do Cartão
Azul Digital e de aplicativo para celulares, nos moldes do criado na Cidade de
São Paulo, permitindo o pagamento digital e a substituição do cartão físico nas
chamadas áreas azuis e nos estacionamentos públicos da Cidade de Porto Alegre.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação a Indicação nº 042/16. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram. APROVADA.
INDICAÇÃO
- VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem
aparte)
IND. Nº 066/13
– (Proc. nº 1235/13 – Ver. Delegado Cleiton) – ao Executivo
Municipal, que sugere o envio de Projeto de Lei à Câmara Municipal de Porto
Alegre prevendo a instalação de sistema de videomonitoramento nos pontos fixos
de táxi do Município.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação a Indicação nº 066/13. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA.
VOTAÇÃO
(encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2750/16 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 012/16,
que cria as Secretarias Municipais que refere, estabelece suas finalidades e
competências, extingue secretarias e dispõe sobre a organização administrativa
durante a sua extinção e revoga legislação sobre o tema. Com Emenda nº 01, 02, 04 a 07, 09, 10, 12, 14, 15, 16, 18 a 23.Com
Subemenda nº 01 à Emenda nº 01.
Parecer
Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CECE, CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral Ver.
Clàudio Janta: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01, e, quanto ao mérito, pela aprovação do
Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 22-12-16;
- retiradas as Emendas nºs 03, 08, 11,13 e 17;
- adiada a votação por uma Sessão em 21-12-16.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitada por esta
Presidência, a Emenda nº 01, destacada, ao PLCE nº 012/16. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADA por 28
votos SIM.
A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, quero solicitar a V. Exa. ou aos autores das
emendas que pudessem explicar, de forma breve, porque nós estamos acompanhando
no papel, mas os municipários e municipárias não sabem o que estamos votando;
eu acho que ajudaria. Inclusive, nesta, nós estamos em dúvida, porque que está
criando novamente o Secretário do Município?
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação a Subemenda nº 01, destacada,
à Emenda nº 01 ao PLCE nº 012/16. (Pausa.) O Ver. Elizandro Sabino está com a
palavra para encaminhar a votação da Subemenda nº 01, destacada, à Emenda nº 01
ao PLCE nº 012/16.
O SR. ELIZANDRO
SABINO: Sr.
Presidente, a Subemenda nº 01 apenas corrige uma questão formal que existe na
apresentação do projeto, em que há um equívoco na redação. Se nós fizermos uma
rápida leitura do projeto de lei, no seu art. 14, inciso VI, diz que “ficam
revogados (...) o art. 6º da Lei nº 1.621”. Aí, quando você lê o inciso XI,
repete: “o art. 6º da Lei nº 1.621...” Veio em duplicidade, e, por essa razão,
nós estamos apresentando esta subemenda, apenas para corrigir um ato formal,
esta é a questão.
Com respeito aos demais artigos da subemenda,
suprime o art. 1º da Emenda de Relator nº 01, e, no art. 3º, apenas altera a
redação. Nós alteramos para a redação ficar cristalina: “Fica criado o cargo de
Secretário do Município”. É apenas uma correção formal, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, a
Subemenda nº 01, destacada, à Emenda nº 01 ao PLCE nº 012/16. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADA por 30
votos SIM.
Em votação a Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº
012/16. (Pausa.) A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar
a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº 012/16.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA:
Nós temos insistido no conjunto da discussão da reforma administrativa porque,
na verdade, a reforma, em termos econômicos, em termos de racionalização dos
recursos públicos, não ataca dois temas centrais, e nós apresentamos emendas
justamente nesse sentido. A primeira delas, vocês viram o caput, é o fim da figura dos secretários adjuntos e dos diretores
adjuntos no âmbito da Administração Descentralizada. Esta emenda vem justamente
no sentido de, por um lado, acabar com um verdadeiro escândalo que foi aprovado
pela Câmara de Vereadores, na última reforma, em 2012, da criação de uma figura
de secretário adjunto para a mesma pasta, com altos salários, para a mesma
secretaria que vários aliados políticos do Governo passado foram acomodados.
Nós não temos papas na língua porque esse debate nós fizemos ao longo dos
últimos anos, falando que, infelizmente, em Porto Alegre se instituiu uma
lógica lamentável de aumento exorbitante de criação de Cargos em Comissão e de
criação da figura do secretário adjunto, carimbados para acomodar os partidos
políticos da base aliada, para garantir uma maioria formal, que tem impactos
financeiros enormes. Vocês sabem que se gastam R$ 100 milhões com os cargos de
confiança na Prefeitura de Porto Alegre, e, por outro lado, que em muitos
casos, prejudicam o conjunto das políticas públicas, com pessoas que, muitas
vezes, não são e não conhecem a situação técnica e do desenvolvimento das
políticas públicas na Prefeitura de Porto Alegre. Não foram nem um e nem dois
casos que nós recebemos ao longo dos anos, casos de assédio moral, casos de
ordens explícitas que não tinham não só nada haver com o serviço público, mas
que, muitas vezes, atrapalhava o conjunto das políticas públicas executado
pelos municipários e pelas municipárias lá na ponta. E a tentativa de botar
esta emenda é para fazer uma correção grave ao projeto, porque se a ideia é, de
fato, economizar recursos públicos, tem que economizar naquilo que é
desperdício, e não naquilo que é execução correta de políticas públicas, como o
licenciamento ambiental lá na SMAM, como a política dos direitos dos animais,
como a política em relação à FASC, como a política em relação à SME, como a
política em relação aos direitos humanos. E eu vou ter oportunidade de debater
cada um desses temas que nós trouxemos aqui na questão dos secretários
adjuntos.
Mais do que isso, nós temos outra emenda
assinada com o conjunto de Vereadores da bancada do PT, da bancada do PCdoB,
que deve entrar logo adiante, que reduz, em 30%, o número de Cargos em
Comissão, porque é justamente nesse mesmo espírito de mostrar que, por um lado,
não está se fazendo economia com esse projeto.
Nós achamos que tem muitas secretarias – e já
falamos isso muitas vezes – que não cumpriram seu papel, que foram criadas para
acomodar partidos da base aliada – a Secretaria do Trabalho, por exemplo. Nós
podemos fazer esse debate aqui. Quando foi criada, nós falamos que era uma
secretaria carimbada que poderia cumprir um papel fundamental, mas não cumpre,
de geração de emprego e renda, de promoção de políticas que ajudem a classe
trabalhadora neste momento em que nós estamos vivendo, de desemprego e de
arrocho salarial. Outras tantas, obviamente, poderiam estar dentro de
determinadas pastas, para garantir que não houvesse desperdício de recursos
públicos.
Mas o problema é que o projeto tira secretarias
fundamentais definidas inclusive pela legislação federal. O meu colega Alex
Fraga trouxe a legislação do licenciamento, que cabe ao órgão ambiental fazer e
obviamente não ao órgão de desenvolvimento econômico, não a nenhuma outra
secretaria, ou mesmo políticas públicas transversais.
E eu vou reivindicar o Centro de Referência às
Vítimas da Violência, que foi criado agora, em 2011, depois da criação da
Secretaria Adjunta da Mulher, porque não é só uma questão de simbolismo, é
questão de representatividade e questão de desenvolvimento de políticas
públicas para que as mulheres porto-alegrenses possam enfrentar um tema tão
grave.
Então nós, com esta emenda, queremos deixar
claro que se tem que atacar aquilo o que, de fato, deve ser atacado, que é o
desperdício de dinheiro público, o caciquismo e a lógica de acomodar os
partidos aliados e um monte de secretarias adjuntas e cargos de comissão.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº 012/16.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Meu
caro Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores e senhoras e senhores que
estão conosco nesta tarde, serei vaiado, eu sei, mas vou votar contra esta
emenda. Vereadora Melchionna, sem entrar no mérito da questão, o Prefeito de
Porto Alegre não tem competência para a iniciativa de chegar aqui, meu caro
Ver. Pujol, e propor a extinção de cargos através de um projeto de lei da
Câmara, assim como, sem entrar no mérito, é outra discussão, a Emenda propõe
extinguir cargos de secretários adjuntos e comissionados no Município de Porto
Alegre, na Administração Direta, centralizada, além de cargos de diretores
adjuntos. O que acontece? A proposição de aumentar ou diminuir salário, de
aumentar ou diminuir CCs do Executivo, é da iniciativa exclusiva do Executivo,
Ver.ª Fernanda. Portanto, respeitando bastante a emenda de Vossa Excelência,
nós não deveríamos aprovar esta emenda, porque ela é flagrantemente
inconstitucional.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº 012/16.
O SR. CLÀUDIO
JANTA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, está sendo feita, proposta
aqui, uma estruturação do Município de Porto Alegre, com prazo de 120 dias, que
resultará, no máximo, em 15 Secretarias. O Ver. Airto Ferronato já falou aqui
que esta emenda, da Ver.ª Fernanda Melchionna, além de ser inconstitucional,
inviabiliza as políticas públicas, inviabiliza as questões primordiais do nosso
Município. Se nós tivermos a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, a
proposta do Governo é ter dentro dessa Secretaria a acessibilidade, a inclusão
social de pessoas com deficiência; ter dentro dessa Secretaria os direitos
humanos. Com isso, congrega o que são hoje várias Secretarias, Secretarias
Adjuntas, tendo numa única Subsecretaria, numa diretoria, também ter a
qualificação profissional e a intermediação de mão de obra. Também ter na
Secretaria de Desenvolvimento Social, o esporte, a recreação e o lazer. Então,
é necessário ter um secretário adjunto. Hoje a política de esporte da
Prefeitura ocorre, como o Ver. João Bosco ainda nos falava, é um atendimento
feito no Ginásio Tesourinha, então como vai tirar o secretário adjunto? Como
vai saber das políticas de esporte, como é o exemplo que o Bosco nos deu do
Tesourinha, que são feitas nas academias e praças de Porto Alegre, que são
feitas por convênio com os clubes? Tem que ter essa figura do secretário
adjunto. Não é o secretário adjunto que onera o Município; o que onera o
Município é a quantidade estrondosa de CCs; que onera o Município é a
quantidade de secretários que há dentro do Município, e aí vem uma gama de
coisas atrás desses secretários.
Então, estamos encaminhando contrariamente à
emenda da Ver.ª Fernanda Melchionna, primeiro, pelo o que o Ferronato já disse,
por ser inconstitucional; e, segundo, porque inviabiliza um projeto de Governo,
que está mais próximo das comunidades, está mais próximo da população de Porto
Alegre, para, realmente, fazer as políticas junto com o povo, as políticas de
acordo com as necessidades da população de Porto Alegre. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº 012/16.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereadores
e Vereadoras, esta emenda tem dois sentidos muito importantes. O primeiro é um
problema já diagnosticado por todos, até pelo Ver. Janta, que veio encaminhar
contrariamente: tem excesso de CCs na Prefeitura de Porto Alegre. Esse é o
primeiro problema. (Palmas.) Se isso já é diagnosticado, vamos começar a
cortar. Nós votamos contrariamente a todos esses adjuntos, houve uma lei que
criou adjunto em todas as secretarias que não tinham, até nas
microssecretarias. Eles compõem os 1.100 CCs da Prefeitura de Porto Alegre. E
eu vou contar para vocês: eu fui Secretária Adjunta no Governo Raul Ponte,
funcionária, professora com uma FG – inclusive, uma FG 4 ou 5. Outro sentido
fundamental, Ver.ª Fernanda, é que valorizemos o funcionário público de
carreira para o espaço de chefia, para diretor, para secretário, para
secretária. Então esse sentido é importante. A SMED tinha 5 mil funcionários e
tinha 20 e poucos CCs. Trabalhava com coordenações, com funcionários de
carreira, valorizando funcionários de carreira, valorizando o seu trabalho,
através de uma função gratificada. Então tem solução para adjunto, tem solução
para diretor, garante qualidade, garante apropriação no serviço. Vamos evoluir
para eleição de chefia, vamos eleger as chefias no meio dos funcionários e dar
função gratificada, comprometer com a gestão, comprometer com a qualidade do
serviço, com o compromisso de todos os funcionários para ter resultados. Porque
eu tenho ouvido o Prefeito Marchezan dizendo que vai criar banco de talento,
que ele quer garantir qualidade técnica. Vou dizer uma coisa para vocês: começa
valorizando o funcionalismo e terá qualidade técnica. Porque, muitas vezes, um
dos diagnósticos que nós tínhamos lá na Carris era de que os CCs, que assumiam
as chefias, não sabiam de nada da área, sequer a coordenação de lavagem de
ônibus, que era malfeita, mal-coordenada, e a Carris está daquele jeito: não se
antecipa para comprar peças, fica destruindo ônibus para poder rodar com outros
ônibus. É complicado quando se coloca o CC sem a qualidade técnica.
Então, o Secretário, acho que, sim, que bom que
pudesse nomear funcionários públicos. Mas, por favor, secretários adjuntos,
diretores, chefes de seção, vamos valorizar o funcionalismo público, vamos
aproveitar esse capital humano, capital de inteligência, de trabalho, de
experiência, que o nosso funcionalismo municipal tem. Então, esse é o sentido
da emenda. E aí, Ver. Airto, desculpa, mas não é inconstitucional, nós não
estamos criando despesa aqui, nós estamos com essa emenda no Parlamento,
reduzindo despesa, isso não tem nada de ilegal, de inconstitucional; é ético, é
moral, é legal e, mais do que isso, é necessário. Porque ou nós reduzimos onde
é possível reduzir, qualificando a gestão, ou senão a solução vai ser tirar
identidade, força, estrutura de secretarias estratégicas, o que não vamos
aceitar que aconteça.
Então, sim à Emenda da extinção dos adjuntos,
dos CCs de adjunto e diretor, não da função. Vamos trabalhar uma nova
Prefeitura, uma Prefeitura que valorize, de fato, o seu corpo funcional.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº 012/16.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr.
Presidente, Vereadores, Vereadora; os municipários que continuam firmes aqui
nessa luta. Eu acho que esta emenda tem um valor e ela vem no sentido de colocar
à prova questões que são fundamentais na discussão deste projeto. Esta Emenda
nº 02, de autoria da Ver.ª Fernanda Melchionna, extingue os cargos de
secretário adjunto e de diretor adjunto. Acho, Vereadora, que agora é a hora de
nós vermos se querem mesmo economizar. Tem que economizar com o supérfluo,
porque se não fizerem isso, vão continuar penalizando ao invés de valorizar os
trabalhadores, os servidores de carreira, que são o esteio para que as
políticas públicas se materializem lá na ponta. Não é secretário adjunto, o
esteio para que as políticas se materializem são funcionários de quadro, de
carreira, valorizados, que, aliás, deveriam ser chamados para ocupar espaços
estratégicos no sentido de garantir as políticas públicas. Eu quero ver a
coerência, Ver.ª Sofia, Ver.ª Fernanda, hoje, da base do Governo aqui. Eu quero
ver essa coerência. Se as despesas é que estão levando o Governo a enviar a
esta Casa este projeto de extermínio, inclusive de secretarias estratégicas,
que vote a favor desta emenda. Nós, da oposição, estamos até contribuindo no
sentido de valorizar os servidores, de diminuir as despesas e de que os
servidores não sejam criminalizados e penalizados. Olha o que nós passamos há
pouco, Ezequiel! Se não fosse toda a articulação dos Municipários, do Simpa,
desta Casa, não tinha 13º salário! A mando do Prefeito que nem assumiu!
(Palmas.) Nós, da oposição, estamos contribuindo com emendas como esta para que
o Município de Porto Alegre funcione, mas funcione a contento, com qualidade,
buscando, nos quadros de carreira, aqueles que têm e levam essa qualidade. Por
exemplo, a Ver.ª Sofia e eu temos emendas para manter a qualidade do
licenciamento ambiental. Quem é que pode manter a qualidade do licenciamento
ambiental? É uma Secretaria de Desenvolvimento articulada com os grandes
empreendedores ou são os técnicos de carreira com expertise para o licenciamento ambiental? (Palmas.) As emendas que
nós, da oposição, estamos fazendo e contribuindo são para manter a qualidade e
manter a Secretaria de Meio de Ambiente, para que ela seja a responsável pela
elaboração e execução da política ambiental do Município, onde um dos
instrumentos estratégicos é o licenciamento ambiental. Como também queremos
manter a Secretaria de Esportes, a Secretaria de Direitos Humanos, a SEDA – são
Secretarias fundamentais, estratégicas para o nosso desenvolvimento.
Quero perguntar|: pode o secretário adjunto ser
mais importante que a Secretaria de Meio Ambiente e seus técnicos? Não pode!
Ver. Valter, eu sempre respeito V. Exa., não sou de resmungar, eu falo e digo o
que tem de ser dito na tribuna, que é o espaço que nós temos. Venha para a
tribuna e proteste. Eu estou perguntando: pode um secretário adjunto ser mais
importante que funcionários de carreira? Não pode! E quem está falando aqui é
uma funcionária de carreira de 32 anos por concurso público, que fez carreira
dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que sabe e trabalhou por
32 anos na área da saúde. Aliás, nós não somos valorizados. Para mim, os
funcionários de carreira têm muito mais qualidade - porque passaram por um
processo todo, desde o concurso público, para garantir o funcionamento de
políticas públicas e de um projeto estratégico de governo - do que o secretário
adjunto. Eu quero saber: pode esse ser mais importante que os funcionários?
Não!
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº 012/16.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Senhoras
e senhores, eu só quero dizer que há um poder que se chama poder soberano do
voto. E quando acontece esse tipo de coisa, eu quero explicar para quem está em
casa, nos assistindo pela TVCâmara, que quando eu faço discurso - e estão me
vaiando aqui -, dá 550, 600 compartilhamentos. Então, na verdade, vocês acham
que estão nos constrangendo, mas estão nos ajudando. Sabem por quê? Porque tem
160 cadeiras aqui dentro do plenário, nas galerias, mas fora daqui tem um
milhão e meio de porto-alegrenses. E o mundo vai muito além disso, e as pessoas
estão acompanhando. Eu quero dizer o seguinte: vejam bem. Ver.ª Fernanda,
parabéns pelo seu projeto. Parabéns pelo seu projeto! Parabéns a vocês que
estão aplaudindo. Eu quero ver se o Marchezan, o novo Prefeito, quando assumir
agora, vai fazer um decreto, no dia 1º de janeiro, extinguindo os CCs do PSOL,
porque a Luciana Genro foi, até anteontem, CC aqui na Bancada; o Roberto
Robaina foi, até anteontem, CC aqui na Bancada; a Luciana Genro é CC na Bancada
da Assembleia. Então, vamos fazer o seguinte: vamos trocar. Vocês propõem que
acabam os CCs lá, e vamos aceitar que ele acabe com os CCs aqui. Esta é a
lógica? Cada Poder cuida do seu. Se for este o pacto – e nós vamos aceitar –,
está invertida a lógica constitucional. Nós podemos administrar os cargos e a
estrutura do Executivo, inclusive os CCs, e o Executivo vai poder dizer se quer
que o Seu Robaina, que a Luciana Genro e que a turma do PSOL possa ficar também
empregada nos CCs da Bancada, como ficaram a vida inteira, porque ficam
demonizando CC, mas vivem com estrutura de CC. Estão demonizando a questão do
Estado, mas hoje, graças a Deus, na Assembleia Legislativa, caiu a história de
que nós, contribuintes, temos que pagar do nosso dinheiro para o pessoal estar
lá fazendo... Porque, por exemplo, quem está aqui hoje, eu imagino que a maior
parte das pessoas - nós estamos numa quinta-feira -, grande parte aqui é de
líderes sindicais. Que bom!
(Manifestações nas galerias.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Não são? São servidores? Então, estão faltando o trabalho, é isso? Faltando o
trabalho? Bom, se não é líder sindical, Sr. Presidente, que tem imunidade para
estar aqui, se é funcionário público da Prefeitura, no ponto, e está aqui... Se
não é nenhum desses dois, me desculpem, é desocupado. É desocupado! Eu sei que
está cheio de desocupados!
(Manifestações nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O seu tempo está assegurado, Vereador. Solicito
às galerias que tenham compreensão. Quando estiver um Vereador na tribuna, por
favor, ouçam, e, após, daremos um tempo para as manifestações.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Saibam os 1,5 milhão de porto-alegrenses que pagam a conta, os contribuintes,
que aqui tem 160 cadeiras. Estas 160 cadeiras são de uma claque de dois
partidos políticos. Por isso é que não me deixam falar. Saibam o senhor e a
senhora, saibam os cidadãos que estão nos ouvindo: essa é a forma de
comportamento. Volto a dizer: se quem está aqui tem imunidade sindical, meu
caro Vereador - o senhor, que quando está aí, agride os Vereadores; mas quando
está aqui, gosta de ser respeitado -, se quem está aqui é com imunidade, na
próxima vez que o senhor sentar aqui como Vereador, eu vou lhe cobrar esse tipo
de postura, e vou representar contra o senhor. Pois bem, eu vou parar de novo.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Se
o Prefeito, que foi eleito... Para quem não sabe o que é eleição, ele foi...
Não é do meu Partido e o meu Partido perdeu.
(Manifestações nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Seu tempo está assegurado, Ver. Valter
Nagelstein.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Então,
vieram aqui, veio a Ver.ª Fernanda Melchionna, mais uma vez, dizer que eu faço
demagogia. Demagogia é isso. Demagogia é querer falar para a população que está
fazendo uma coisa, algo que a vontade pública clama, que é a racionalização do
serviço público, que é ter menos CC. Se o Prefeito que foi eleito disse que
iria cortar 30% dos CCs, se o Prefeito que foi eleito está propondo, aqui, para
nós uma diminuição de 39 para 15 secretarias, ele está propondo, em última
análise, uma profunda redução da estrutura pública. E eu não estou dizendo nem
que concordo; mas estou dizendo que ele está fazendo.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Não
estou dizendo, Sr. Presidente, nem que concordo, só que, de novo, cada um, pela
Constituição e pelas leis, exerce a sua parcela de poder naquilo que lhe é
facultado. Quem cuida da administração do Executivo, da organização do
Executivo, dos cargos e das estruturas é o Chefe do Poder Executivo. Quem cuida
da organização do Legislativo é o Legislativo. Quem organiza quantos CCs tem
nos seus gabinetes, os cinco que a Ver.ª Fernanda Melchionna provavelmente tem
no gabinete dela, mais os três ou quatro que tem na Bancada, é o PSOL. Quem
organiza os cargos que tem na Bancada do PMDB é a Bancada do PMDB. Cada um
organiza as suas. E vou dizer mais, para concluir. A Ver.ª Jussara Cony me
surpreende depois de tantos anos de vida pública, ao dizer que o secretário não
tem importância! É o secretário que responde, inclusive legalmente. Se faz
alguma coisa que é indevida, o Ministério Público responsabiliza por
improbidade administrativa o secretário. Então, quem manda mais, sim, é o
secretário! E só se tem ...
(Manifestações nas galerias.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Por favor, estão histéricas aqui, me deixem falar.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Parece que sim. A senhora, por favor.
(Manifestações nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O seu tempo já encerrou, já foi dado um minuto.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Eu sei. Eu só vou concluir, Sr. Presidente.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Eu só... uma frase. Preciso concluir uma frase.
(Manifestações nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Solicito às galerias que mantenham o silêncio, o
Ver. Valter já vai encerrar o seu pronunciamento. Por favor, Vereador.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Só vou dizer que o mau conceito equivocado que pode surgir em relação ao
funcionário de carreira é exatamente porque o funcionário de carreira não está
fazendo as coisas da forma que tem que fazer e no tempo que tem que fazer, e o
CC acaba fazendo as coisas que a sociedade espera. Muito obrigado. (Vaias.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. KEVIN
KRIEGER (Requerimento): Presidente, eu queria solicitar a prorrogação
da Sessão.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Coloco em votação o seu Requerimento, assim que
terminarmos esta votação em andamento.
O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº 012/16.
O SR. LUCIANO
MARCANTÔNIO:
Presidente Cássio, colegas, o que está sendo proposto e debatido aqui na emenda
da minha querida e valorosa Ver.ª Fernanda Melchionna, por quem eu tenho o
maior respeito, é extinguir, a partir, claro, da sanção deste projeto
encaminhado pelo Prefeito Fortunati, a pedido do novo Prefeito Marchezan, os
secretários adjuntos. Baseado neste único tema, eu venho encaminhar para que
nossos colegas Vereadores votem contrariamente a esta emenda, porque esta
atitude, que é valorosa da Ver.ª Fernanda, é precipitada. Nós estamos, cada vez
mais, neste debate aqui, e como o projeto diz, nos próximos 120 dias que temos
pela frente depois de aprovado o projeto, temos todo o período para adaptar o
novo governo da forma como esta Casa aprovar. A questão das Secretarias de Meio
Ambiente, de Direitos Humanos, a SEDA e de Esportes também será votada aqui.
Mas nós temos, após a votação do projeto encaminhado pelo Prefeito Marchezan,
120 dias para adaptar e poder organizar as funções e cargos dentro do Governo.
Extinguir agora todos os secretários adjuntos é precipitado. E esta não é a
maior luta dos servidores que estão aí. Quando foi criada a Secretaria
Municipal de Direitos Humanos, criou-se uma certa suspeita, uma certa
contrariedade nas Bancadas do PT e do PSOL, e também em outras Bancadas da
oposição aqui, mas no decorrer desses três anos e seis meses que estamos aqui,
quase quatro anos, que foi a nova gestão do Governo Fortunati, a Secretaria de
Direitos Humanos se destacou pela política para o negro, pela política da
mulher, pela política indígena, pela política pró-imigrantes, pela política do
idoso, ganhando, inclusive, grandes prêmios internacionais reconhecidos pela
ONU e dados pela ONU. Então, não vamos demonizar aqui o cargo de secretário
adjunto, isso não é decisivo e não vai mudar nada no sucesso ou não de um
governo. Não vai. O que pode mudar é o reordenamento das secretarias, que visa
otimizar, que visa fazer um governo mais ágil, que visa fazer um governo menos
burocrático, que visa fazer um governo que tenha seus licenciamentos garantidos
pela legalidade, mas que não atrasem e não quebrem grandes e pequenos
empresários, que não invalidem pequenos e grandes projetos sociais encaminhados
pelo Orçamento Participativo. Eu milito há seis anos no Governo Fortunati, e
apoiei o meu candidato a Prefeito, Deputado Mauricio Dziedricki. Nós somos da
base aliada do Governo Fortunati, e democraticamente, optamos por apoiar o
Deputado Marchezan no segundo turno, que sagrou-se vencedor nas urnas, e ele
tem todo o direito de trazer aqui esse projeto para debatermos. O que eu quero
apontar e pedir é para que os nossos colegas não se precipitarem: não votem a
favor desta emenda. É simplesmente um aspecto, é precipitado extinguir todos os
secretários adjuntos, não é o momento. Nós tivemos, através da Secretaria de
Direitos Humanos, e eu sou um exemplo disso, políticas que foram aprovadas em
nível nacional e mundial. Nós ganhamos na política de imigrantes, através da
Secretaria de Imigrantes, com a Secretária Karina D’Ávila, o Prêmio da ACNUR,
da ONU, que é o setor da ONU que trabalha exclusivamente a questão da
imigração. E Porto Alegre se tornou referência mundial em acolhimento aos
imigrantes; na política indígena, Porto Alegre ganhou o Prêmio Estadual de
Direitos Humanos do Governo Tarso Genro, tendo uma Secretaria Adjunta de
Política Indígena; na Secretaria do Povo Negro, nós estabelecemos várias ações
que estavam deixadas para trás, como a reforma e a entrega, novamente e de
forma definitiva, do Centro de Referência Negro para a população negra de Porto
Alegre - tudo definido e discutido com o Conselho Municipal do Povo Negro. Na
Secretaria Adjunta da Mulher, com a Secretária Walesca, nós conseguimos
transformar o Centro de Referência da Mulher num exemplo, e em condições, com
estrutura, equipe técnica para atender as mulheres vitimas de violência, e
fomos reconhecidos por esta Casa. Não teve nenhum item reprovado pelo mapa de
direitos humanos feito por esta Casa. Então, pessoal, não estamos discutindo se
o projeto é bom ou é ruim. O projeto é de um Prefeito que se elegeu. E esta
Casa vai discutir em outras propostas se o projeto é bom ou ruim. Eu acredito
que este projeto vem otimizar, facilitar os serviços, desburocratizar e fazer o
bem para toda Cidade. Mas, nessa questão específica, hoje é precipitado votar a
favor desta emenda da minha querida e valorosa Fernanda. Obrigado e encaminho
para o voto contrário a esta emenda. Muito obrigado, colegas; obrigado pela
paciência também de vocês.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 02,
destacada, ao PLCE nº 012/16, pela oposição.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Eu
também, Ver.ª Jussara Cony, não sou de ficar resmungando. Gosto muito de vir à
tribuna, fazer o debate franco, no microfone, direto e reto. Acho que nós
ouvimos um conjunto, obviamente, proferido pelo Ver. Valter Nagelstein, de
desrespeito aos funcionários, dizendo que os trabalhadores que nos acompanham
na tarde de hoje, ou são sindicalistas - como se fosse crime fazer luta
sindical; ainda bem que não é, mas talvez ele não saiba que a ditadura foi
derrotada e os trabalhadores conquistaram o direito à livre associação -, ou
estariam faltando ao trabalho. Eu queria dizer que estão fazendo um trabalho
que é a defesa do conjunto das políticas públicas em defesa dos servidores, mas
muito mais do que isso: em defesa do serviço público e de uma melhor prestação
de serviço da população. Infelizmente, tem Vereadores que não fazem o mesmo
trabalho que os municipários, que têm que vir aqui na Câmara de Vereadores para
fazer. (Palmas.) Felizmente, não é o meu caso. E eu não me meço pela mesma
régua do Ver. Valter Nagelstein, mas, se eu fosse me medir, eu teria que dizer
a ele que eu tenho posts que têm duas
mil curtidas, seiscentos compartilhamentos e que, se o problema é a curtida do
Facebook, nós estamos tranquilos, Ver. Prof. Alex Fraga. Ou, se o problema é
voto, eu tenho, no mínimo, cinco mil votos a mais do ele. Eu não me meço pela
sua régua. (Palmas.) Mas eu queria lhe dizer que, para o seu desespero, a mais
votada é mulher, é feminista e é de esquerda; para o seu desespero, tem muito
menos dinheiro na campanha. Mas essa não é a minha régua, nunca foi a minha
régua, porque eu acho esse sistema eleitoral extremamente perverso, do peso do
poder econômico, das máquinas eleitorais, e, por isso mesmo, que nos dá muito
orgulho ter vencido grandes máquinas eleitorais em campanhas que são campanhas
de envolvimento da cidadania. Nós temos muito orgulho, assim como temos muito
orgulho dos nossos militantes, prezado João Ezequiel. Eu acho que ele tem
inveja que ele não pode ter um quadro político da estatura da Luciana Genro
para ajudar a organizar a luta socialista e a luta sindical em defesa dos
direitos dos trabalhadores; que o Roberto Robaina, que agora é Vereador eleito
da cidade de Porto Alegre, aliás, também está entre os que foram mais votados
na nossa Capital. Então, mais respeito aos nossos militantes, porque,
felizmente, nós estaremos aqui para lutar muito em defesa dos direitos do nosso
povo. Mais que isso, eu queria dizer que ele anda desinformado sobre a nossa
Bancada; nós adoraríamos que a Luciana estivesse aqui na nossa Bancada da
Câmara de Vereadores para nos ajudar a qualificar a nossa intervenção, e acho
que ele tem que se informar mais antes de trazer mentiras para a tribuna, mas,
de qualquer maneira, eu queria dizer que existem duas comparações que são
inadmissíveis. A primeira, a ideia de que é comparável mais de mil cargos em
comissão em relação a seis cargos em comissão de bancadas parlamentares. Mais
do que isso: infelizmente, nós podemos ter apenas alguns cedidos, mas eu
adoraria poder contar com a assessoria dos trabalhadores municipais se pudesse
tê-los no meu gabinete, o problema é que o Governo de vocês tem milhares de
trabalhadores municipais concursados, que conhecem o serviço técnico, que sabem
muito da Prefeitura e dos serviços públicos prestados à população, mas vocês
insistem em desrespeitar, criando um verdadeiro cabide de empregos para
acomodar os seus aliados nos cargos em comissão. Digo mais: quando nós
precisamos de assessoria técnica dos municipários, com dúvidas sobre projetos
de lei, sobre o Previmpa – como a ideia do parcelamento, que o João e o Mário
Fernando me deram, sobre o projeto aprovado; foi ideia deles –, eles nos dão de
bom grado, de boa vontade, porque não é uma questão de troca, é uma questão de
encarar a sua militância para melhorar o serviço público. Acho que o senhor
deve ter inveja, porque, do jeito que o senhor trata o funcionalismo público
municipal, tenho a convicção de que ninguém deve ajudá-lo em nada, porque, quem
desrespeita os trabalhadores, obviamente, não merece respeito por parte dos
trabalhadores.
Para concluir, eu acho que é muito grave a gente
dizer que estamos demonizando. Nós, na campanha, propusemos a redução de 70%
dos CCs, o que geraria uma economia de R$ 70 milhões. Não é extinção completa,
embora o secretário adjunto seja uma excrescência, porque tem o secretário
titular da pasta, tem os funcionários para ajudar no assessoramento, tem o
conjunto de municipários e municipárias, tem os conselhos municipais – está
aqui a Fátima –, deveriam ouvir o CMAS, deveriam ouvir o Conselho de Saúde ao
invés de desrespeitar o controle social.
Eu quero dizer que esse papo de chamar mulheres
de histéricas, lá da Idade Média, lá da idade das trevas, felizmente já caiu.
Para seu desespero, nós estamos empoderadas e uma nova onda de feminismo se
expressa no Brasil e no mundo. Então, querido, machistas não passarão!
(Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº 012/16.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, vejo estabelecida, no presente
momento político do País, uma verdadeira guerra contra os cargos em comissão.
Eu quero declarar, com toda a firmeza possível, que, se essa guerra perdurar,
eu já tenho lado: eu fico na defesa dos ocupantes de cargos em comissão. Faço
isso, no mínimo, por fazer justiça àqueles que, por duas vezes, no DEMHAB, me assessoraram,
me ajudaram; àqueles que, na Secretaria Municipal da Produção, Indústria e
Comércio, colaboraram comigo. E faço uma homenagem aos cargos em comissão desta
Casa, que estão trabalhando até agora, desde as 8h30min, e que não ganham R$
0,01 de hora extra. Por isso, Sr. Presidente, eu quero convidar os colegas para
tratarmos esse assunto fora dessa luta fratricida de entender que alguém, por
ser cargo em comissão, meu Prefeito Guilherme Socias Villela – V. Exa. concorda
comigo –, é mau. Conosco, trabalharam os melhores, e nós somos muito
reconhecidos ao seu trabalho.
Agora, o que nós estamos discutindo é a emenda
da competente Ver.ª Fernanda Melchionna, que, num direito legítimo, propõe a
inserção dos cargos de secretário adjunto da centralizada e descentralizada e
dá como fundamento do seu pedido – está ali escrito – que o Prefeito eleito de
Porto Alegre, no seu discurso pré-eleitoral, disse que reduziria os cargos em
comissão. Bom, para mim, Vereador, detentor de um cargo eletivo, o que o Presidente
eleito de Porto Alegre diz não é Bíblia, não é verdade imutável. Eu discordo
dele nesse ponto, como discordo de muitos outros – e discordo tanto que não
votei nele nem no 1º, nem no 2º turno. Por isso, tenho que reconhecer que esse
jovem Prefeito da Cidade, nos últimos tempos, tem nos dado algumas lições. Uma
delas nos foi dada ainda esta semana aqui na Câmara - e eu aprendi bem -,
dizendo que em política as pessoas precisam ter coragem de dizer não. Eu gostei
da lição, porque eu sempre tive comigo mesmo que em qualquer circunstância que
a vida pública me impusesse e que eu tivesse que optar, eu teria que ter
coragem de dizer sim e coragem de dizer não. Agora, me perdoe essa plateia
seleta que nos honra com a presença até essa hora nesta Casa, quero dizer que
eu não concordo com isso. Acho que a proposição da Ver.ª Fernanda está
equivocada. Até porque ela se dirige não só aos secretários adjuntos da
centralizada como também da descentralizada. E estes, os autárquicos, não são
cogitados nesse projeto. Eu ouvi desse mesmo Prefeito, que me passou essa
lição, dizer para não mexer nesse assunto, porque nos 120 dias que terá pela
frente, ele acha que é possível que ele precise ocupar alguma dessas funções na
reorganização do Governo. Eu que sou contra extinguir a Secretaria Municipal
dos Esportes, contra extinguir a SEDA, não vou vir aqui apenas para dar um
discurso bonito para agradar aos ouvidos de muitos nesta Cidade, que não gosto
dos portadores dos cargos em comissão a quem eu admiro, não vou! Não me falta coragem
de dizer: não! Se eu fizesse isso, estaria, no mínimo, fraudando aqueles que,
ao longo do tempo, nas oportunidades, com muito vigor, com muito espírito
público, trabalharam e trabalham com o apoio ao meu trabalho legislativo ou
executivo. Faço, até reconhecendo que os cargos em comissão desta Casa, que não
são poucos, no meu entendimento, são exercidos por pessoas dignas, competentes,
capazes, merecedoras do nosso apoio. Em defesa desses conceitos, aos quais eu
quero oferecer, eu digo: não dá para aprovar essa proposição porque é
inadequada, tecnicamente mal apresentada e não faz justiça aos detentores de
cargo em comissão.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitada por esta
Presidência, a Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº 012/16. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADA por 07
votos SIM e 19 votos NÃO.
Como são 18h58min, passo os trabalhos para o
Ver. Paulo Brum a fim de coordenar a votação do Requerimento do Ver. Kevin
Krieger.
(O Ver. Paulo Brum reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Ver. Kevin Krieger, que solicita a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento.
O SR. REGINALDO
PUJOL:
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu vejo inúmeras pessoas
aqui, que junto comigo chegaram aqui às 9h30min da manhã. Eu ainda escapei
daqui por 1h10min para atender a um convite, que não podia recusar, de um
almoço fora da Casa. A maioria almoçou aqui, então, encontra-se desde as
9h30min nesta Casa, procurando desempenhar o melhor possível o seu mandato
eletivo. Evidentemente, Sr. Presidente, que nós não desconhecemos a importância
da matéria que esta sendo discutida, mas, da mesma maneira, nós não ignoramos a
nossa responsabilidade perante aos nossos mandatos e acima de tudo com a
sociedade porto-alegrense. O que eu estou dizendo hoje aqui eu disse há poucos
dias na presença do candidato a Prefeito, quando eu disse a ele que a
quantidade de projetos encaminhados a nosso exame, na última segunda-feira, nos
dava um exíguo tempo de três dias para que nós sobre eles deliberássemos. E,
junto com isso, nós tínhamos inúmeras matérias propostas por Vereadores com
mandato eletivo em vias de conclusão, muitos dos quais, por vontade própria ou
por circunstâncias outras, não voltarão a esta Casa, então, eles tinham por nós
assegurada a prerrogativa de ver esses seus projetos analisados, votados,
aprovados ou rejeitados. Cumprimos todos esses compromissos.
Agora, com o Requerimento, o ilustrado Ver.
Kevin Krieger, que, até há pouco tempo, foi o Líder do Governo Fortunati e
tinha a mim como um modesto auxiliar e hoje é um dos colaboradores mais
intensos do novo Governo que está por se estabelecer, quer prorrogar a nossa
presença na Casa, para votarmos mais projetos, mais emendas do que já votamos
até o presente momento. Eu, mais uma vez, me socorro do meu mais jovem
professor, que se chama Nelson Marchezan Júnior, que diz que a gente tem que
ter coragem de dizer “não” de vez em quando. Em homenagem, inclusive, às
pessoas que estão trabalhando aqui, que não estão a passeio, que têm
compromisso com as suas famílias, e a nós mesmos – eu tenho compromisso com a
minha família sim –, acho, Sr. Presidente, de bom tom que nós declaremos que
cumprimos com o nosso dever até a exaustão e que – com todo o respeito ao Ver.
Kevin Krieger, com quem tenho uma relação muito fraterna, que vai além da
convivência política nesta Casa, apesar de reconhecermos nele uma lealdade
muito forte às pessoas com quem politicamente ele se vincula – queremos dizer
com toda a clareza: não dá mais, esgotou-se a possibilidade física e
psicológica de nós continuarmos no trabalho. Por isso, eu recomendo
respeitosamente que não se aprove esse Requerimento, já que está superado o
período em que esta Sessão se realizaria na sua tranquilidade, que seria até às
19 horas. Que nós encerremos os trabalhos e voltemos a trabalhar quando viermos
a ser convocados. Muito obrigado a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de sua autoria.
O SR. KEVIN
KRIEGER:
Boa noite, queria, rapidamente, Ver. Pujol, como o senhor fez a defesa pela não
continuidade da Sessão, solicitar aos nossos Vereadores que votassem
favoravelmente à continuidade desta Sessão. Passamos a tarde inteira
priorizando alguns projetos, principalmente os dos Vereadores que não estarão
na próxima Legislatura, isso em acordo neste Plenário. Então, apelo para que
continuemos a Sessão, já que temos mais duas horas de trabalho, senão, teremos
que continuar na próxima Sessão. Apelo para que possamos dar continuidade,
estamos recém na segunda emenda, são 20 emendas que temos que discutir, e são
importantes. Temos que fazer esse trabalho. O Prefeito eleito Nelson Marchezan
tem um trabalho pela frente, a partir do dia 1º de janeiro, e precisa dessa
reforma administrativa para poder começar o seu trabalho com o seu novo jeito
de fazer, com o seu novo jeito de governar. Apelo para que possamos dar
continuidade, ao menos na prorrogação desta Sessão. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Kevin Krieger.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, queria fazer um apelo, aqui, para que demos
continuidade à Sessão, é isso que a sociedade espera de nós. Concordando ou
não, o meu Partido, os senhores sabem, foi derrotado na eleição, o nosso
candidato era o Vice-Prefeito Sebastião Melo; eu fui por duas vezes Secretário
Municipal, não importa, mas aqui como Vereador retornei ao mandato no final de
março e é para isso que estamos aqui. O Executivo manda um projeto, nós
recebemos o projeto; nós podemos concordar ou discordar, é da natureza do
processo legislativo. Nós vamos votar acompanhados com a nossa consciência,
naquele teclado “sim” ou “não”. Temos 22 emendas, eu, inclusive, tenho três, e
hoje é a última Sessão Legislativa do ano, entramos em recesso, e um governo
novo que se elege, por mais dificuldades que algumas pessoas tenham de
compreender isso, ele recebeu uma outorga, uma procuração da sociedade. Foram
submetidos à sociedade porto-alegrense os projetos do meu partido, do PT, do
PSOL, e o projeto do Prefeito eleito. O Prefeito eleito venceu a eleição,
propôs uma reforma administrativa e fez um apelo aqui. Eu não tenho nem alçada
e nem procuração para falar pelo Prefeito, mas recebi essa informação, de que
gostaria de dar posse aos secretários na forma que está propondo. E eu acho que
não é direito nosso, eu acho que nós temos que cobrar, nós temos que
fiscalizar, a sociedade quer racionalização de estrutura pública. Nós não
queremos cair em armadilhas, como, por exemplo, a SMAM não vai acabar, vai ser
recriada uma secretaria de sustentabilidade, então, tem obrigação legal do
licenciamento, isso é “conversa para boi dormir”. Essas atribuições, meu caro
Vice-Prefeito, são de lei, a partir da Constituição Federal, tem que haver um
órgão licenciador ambiental, tem que haver demais órgãos. Isso é monopólio
estatal. Tem o Ministério Público para controlar esse tipo de coisa; tem os
próprios controles internos da Prefeitura. Então, eu acho e faço e esse apelo,
Srs. Vereadores. Eu acho que, neste momento, a Câmara de Vereadores não dar
quórum ou suspender a última Sessão do ano e não apreciar o projeto de reforma
administrativa é muito ruim. Volto a dizer: concordemos ou não, mas deixemos a
nossa posição consignada no painel. Mas não prorrogar a Sessão, não votar... Se
nós tivermos que ficar aqui, Sr. Presidente, até a hora que for, meia-noite, é
para isso que nós estamos aqui, é para isso que nós somos eleitos. Então, eu
faço esse apelo aos senhores, vamos prorrogar, vamos dar continuidade, porque
tenho certeza de que a sociedade brasileira, que clama por uma política melhor,
é isso que espera de nós, que nós fiquemos, que nós votemos e que nós enfrentemos
os assuntos que nos foram submetidos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Kevin Krieger.
O SR. ENGº COMASSETTO: Prezados
colegas Vereadores e Vereadoras, venho aqui, em nome do meu partido, o Partido
dos Trabalhadores, dizer que, para nós, enfrentar um tema da Cidade e ter que
ficar até às 22h, 23h, 24h e poder tratar disso e não deixar que temas
importantes possam ser transferidos na angústia daqueles que trabalham e vivem
o dia a dia no final de ano e Natal, para nós fazermos essa discussão aqui hoje
de enfrentar os temas da valorização do funcionalismo público, da manutenção
daqueles projetos que já definimos aqui como prioritários, com a não extinção
de um conjunto de secretarias. O tema para discutir as questões centrais e
essenciais não veio ainda. Vocês estão aqui há dois dias para fazer esse
diálogo e essa discussão. Não fazer, não continuar agora é querer escamotear
para fazer alguns acordos que excluem este debate aqui no momento.
Portanto, a nossa opinião é muito clara. Continuamos o
debate e vamos construir as alternativas com os conjuntos de propostas aqui
trazidas, para que possamos, com clareza, defender aquilo que entendemos que é
melhor. E a maioria de nós já sabe quais são as opiniões e posições colocadas
aqui. O Governo apresentou uma proposta que não tem consenso, e nós queremos
colocar aqui hoje quais são os pilares e os limites que podem ser aprovados,
para que, daqui a 120 dias, o atual Governo traga a dita proposta, mas aí, sim,
dialogando. Inclusive, há um conjunto de emendas que remete a isso, que tem que
haver diálogo com os funcionários, que tem que haver consulta às entidades, que
tem que manter alguma secretaria, como é o caso das três que estão aqui, entre
outras, como a do Esporte, a do Meio Ambiente, a SEDA e assim por diante. Isso
está pacificado entre o público que está aqui e o conjunto grande de
lideranças.
Portanto, Ver. Pujol, nossa bancada encaminha
pela continuidade dos trabalhos, com o diálogo sincero, aberto, e fortalecendo
aquilo que todos nós dissemos. São 160 funcionários aqui representando os 17
mil funcionários que trabalham para 1,4 milhão da população de Porto Alegre,
que merecem o nosso respeito. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Reginaldo Pujol, a prorrogação da
Sessão por mais duas horas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Dezesseis votos
SIM e 01 voto NÃO. Declaro nula a votação por falta de quórum
deliberativo.
Está encerrada a Ordem do Dia e os trabalhos da
presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 19h15min.)
* * * * *